Capítulo Cinco

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- Você está escondendo algo, Calliope. Não sei o que é, mas vou descobrir.

Callie de repente mostrou-se irritada com a última frase de Arizona, então num movimento ágil, ela aproximou-se dela e segurou-a pelos ombros, encostando-a na parede:

- Acha que eu não teria coragem de matar alguém? Experimente me provocar, Dra! - Arizona prendeu a respiração, queria gritar por socorro, mas não o faria, não demonstraria medo algum por Callie. Isso iria atrapalhar tudo, então ela apenas ficou olhando-a. Podia sentir o hálito de menta vindo da boca de Callie.

Mantiveram-se nessa proximidade por alguns instantes, que para Arizona pareceram horas.

Inesperadamente, Calliope aproximou mais ainda seu rosto do rosto de Arizona e seus olhos percorriam os dela, depois passou a mirar-lhe os lábios. Instintivamente Arizona mordeu o lábio inferior em sinal de tensão.

- E se eu beijasse você agora, Dra? O que você faria? - Perguntou a queima roupa num sussurro quase inaudível.

- Você não seria capaz de fazer isso. Pode se complicar mais ainda.

- Diga-me, Doutora. Acha que tenho algo a perder? - E nesse momento Callie capturou os lábios rosados e macios de Arizon.

Ela, entretanto não reagiu, teve que raciocinar rápido. Não iria cair no jogo de Callie, não se intimidaria. Deixou-se ser beijada, mas para sua surpresa, seus pensamentos agora não estavam no caso, ou nas artimanhas de sua cliente, mas naquele beijo.

Sentia os lábios macios e delicados. A sincronia com que eles se moviam, o gosto de menta, a saliva que umedecia e tornava o beijo gostoso, saboroso naverdade.

Arizona surpreendeu-se ao sentir a língua sedenta de Callie invadir sua boca e clamar pela dela. Arizona sucumbiu e uma batalha de línguas úmidas aconteceu no mesmo instante em que Callie enlaçou a cintura de Arizona e a trouxe para mais perto.

Ela apertava o corpo de Arizona contra o seu num gesto de desejo intenso. As bocas pareciam ter vontade própria, não se separavam, moviam-se mais e mais intensamente. Arizona não pensava, só agia, aqueles lábios doces a estavam enlouquecendo.

Arizona acompanhava cada movimento, sentia totalmente aquele beijo. Então, da mesma forma repentina que havia começado, também terminou quando Callie afastou-se bruscamente.

Arizona sentiu uma estranha sensação de abandono, não estava entendendo, não conseguia entender nada. Continuou imóvel, recostada contra aquela parede fria.

Callie, sem ao menos olhar Arizona voltou-se para a porta e começou a gritar e a chutar a mesma:

- Me leve daqui, a reunião acabou! - Imediatamente a porta se abriu e eles a pegaram rapidamente algemando-a e voltando-se para Arizona, um deles perguntou:

- Tudo bem, Dra? - Ela ainda estava perdida, um pouco impressionada com o que havia acabado de acontecer, ainda estava apoiada na parede observando Callie, que já estava deixando a cela:

- Sim. Está tudo ok, obrigada.

Ela então pegou sua pasta preta e deixou a cela.

O policial que ficou para trás para fechar a cela, pôde ver as manchas de sujeira que havia na camisa verde de Arizona, e apenas riu baixinho. Talvez imaginando o que pudesse ter acontecido.

Em Nome Da Verdade | Calzona VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora