Capítulo Dez

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Arizona não se recordava de ter sentido tanto constrangimento em toda sua vida, Callie deixava tudo pior ainda pois ficava olhando para seu corpo. Ainda estava semi-nua, ainda estava anestesiada, arfante sobre o colchão.

Callie, agora sentada a seu lado, observava atentamente Arizona, que evitava seu olhar:

- Dra... Dra... Quem diria! - A loira, ao ouví-la, imediatamente tentou recompor-se, sentando-se, fechando a blusa e baixando a saia. Porém, antes que ela quisesse se levantar dali, Callie a segurou pelo pulso, fazendo-a continuar ali, a seu lado.

- Me solte, Calliope! - Foi tudo o que conseguiu dizer.

- Dra, como você é deliciosa! Gostosa, muito gostosa, poxa, estou chocada! - Arizona, tentando ignorar o que a outra dizia, tentou libertar-se novamente, mas ela insistia: - Ei, calma. Só queria dizer que é uma pena você ser casada.

- Me solte Callie, ou vou gritar! - Arizona debatia-se, agora mais irritada do que constrangida.

Enfim conseguiu livrar o pulso da mão de Callie e levantou-se imediatamente.

Então percebeu o desalinho de seus cabelos, que antes estiveram presos e agora estavam parcialmente soltos. Ela então soltou-os para poder ajeita-los novamente, sem perceber que estava sendo atentamente assistida.

Callie observava aquela cascata de cabelos dourados caindo sobre os ombros de Arizona, então não resistindo levantou-se e foi até ela, que estava de costas para Callie. Ela então tocou seus cabelos no momento em que Arizona iria prendê-los  novamente e esta, por sua vez, surpreendeu-se ao sentir o toque.

Voltou-se assustada, novamente os olhares se cruzaram e se 
encararam, Callie tocou os cabelos de Ari admirada:

- Tem noção do quanto fica linda de cabelos soltos assim, rebeldes?

- Tem noção do quanto está sendo inconveniente? - Impaciente em sair dali, afastou-se rapidamente, sentia um turbilhão de emoções, não podia continuar ali sozinha com aquela mulher. Não podia.

Arizona pegou sua pasta que encontrava-se atirada em um canto da cela, dirigiu-se rapidamente até a porta.

Quando estava prestes a bater na porta para que o guarda a abrisse, Callie a chamou:

- Ei, Dra! - Arizona a olhou impaciente. - Não está se esquecendo de nada? - Então a loira viu sua calcinha na mão de Callie e o rosto queimou novamente.

- Me devolva isto, Calliope!

- Venha buscar. - Ela tinha um sorriso nos lábios, que já estava irritando Arizona.

Então ela foi em direção a Callie muito contrariada, porém quando achou que fosse pegar a peça, Callie escondeu-a atrás de si.

- Pare de brincadeira! Me devolva isto, Calliope Torres. - Ela parecia se divertir muito com o estado de Arizona, mantinha a peça íntima em sua mão atrás das costas:

- Venha pegar, já disse.

Arizona partiu para cima dela em mais uma tentativa, porém desta vez a proximidade foi tanta que os corpos estavam tocando-se.

Aproveitando-se dessa proximidade, Callie com a outra mão livre, segurou inseperadamente a nuca de Arizona e trouxe os lábios dela para junto dos seus.

A princípio Arizona tentou resistir, mas era irresistível e beijaram-se novamente com muita intensidade. Um beijo para marcar qualquer memória.

Até que Callie deixou seus lábios e sussurrou em seu ouvido:

- Fique mais um pouco... Fique. - Arizona estremeceu, mas antes de sucumbir ao desejo inexplicável, afastou-se novamente:

- Você é completamente louca! Devolva-me isto, por favor.

- Deixe-me ficar com ela. Assim poderei sentir seu cheiro, lembrar do que aconteceu aqui hoje... Uma lembrança, só isso.

- Por que ainda estou perdendo meu tempo aqui?! - Foi tudo o que ela disse antes de bater fortemente na porta de metal e deixar a cela sem ao menos olhar para trás.

Em Nome Da Verdade | Calzona VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora