Capítulo Trinta e Um

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Callie estava sentada na cama da enfermaria, sendo vigiada pela enfermeira que estava de plantão, em silêncio absoluto, quando a guarda bate a porta:

- Pronto, consegui que o diretor falasse com essa bendita advogada.

- Mas e aí? Ela vem? E ele, o que disse?

- Ela está a caminho.

- Eu sabia que ela viria. - Qualquer pessoa que tivesse um pouco de sensibilidade notaria os olhos daquela latina brilharem ao falar de Arizona.

- Mas agora vamos, você vai recebê-la na sala de visitas.

- Era pra ser uma conversa particular!

- Isso você e a tal mulherzinha decidem quando ela chegar. - A guarda já pegou bruscamente o braço de Torres e ia levando-a até a tal sala.

Nenhuma palavra era necessária, a morena estava feliz, iria ver Arizona...

Robbins estacionou o carro na parte reservada aos advogados, policiais, médicos, enfim, toda a parte de funcionários e pessoas com acesso restrito ao presídio.

Passou pela parte da recepção e atendimento, e dirigiu-se a sala de Pedro, o diretor.

- Posso entrar? - Perguntou, batendo a porta.

- Mas é claro, doutora. Entre.

- Obrigada... E então, onde está Callie Torres? - Perguntou, sempre mantendo a cordialidade. Mesmo sentindo suas mãos tremerem ao pronunciar o nome da morena.

- Ainda não a viu? Nossa, depois do escândalo que ela fez, melhor a senhora ir de encontro a ela o mais rápido possível.

- E ela está aonde?

- Bom, espere um instante.

Pedro ligou para sua assistente, pediu informações sobre Callie, e soube que estava esperando na enfermaria, disse imediatamente que a levassem para um local vazio. Mas onde? Como a visita não era programada, as salas de visita estavam ocupadas com detentos e advogados. Tampou o telefone em um segundo e disse:

- Estão todas as salas ocupadas, e agora doutora?

- Pode ser naquela sala da outra vez. - Disse sentindo o rosto ruborizar imediatamente.

Pedro não questionou, avisou para a assistente e indicou onde Robbins deveria ir.

- Na terceira porta a direita, na ala C, doutora.

- Obrigada, diretor! - Disse Arizona, já saindo da sala.

Robbins não sabia se corria, se pensava ou se ia embora, estava na cara que Callie não queria falar nada com ela, não nada urgente sobre o caso.

Mas mesmo assim, a loira seguiu a passos largos até parar em frente a porta da sala indicada. Olhou para a guarda que estava fazendo vigília, apenas esperando que a advogada entrasse e disse:

- Ela já está aí?

- Sim, pode entrar, doutora.

A loira não tinha como sair correndo, então girou a maçaneta, e entrou. Cruzando o olhar com Callie, que estava sentada na cama, segurava as mãos, será que também estava nervosa? Perguntava a si mesma.

Não demorou muito para que a latina levantasse.

- Eu pedi que você viesse...

- Pediu ou gritou? - Disse Arizona se aproximando lentamente de Torres, sorrindo timidamente.

- Um pouco de cada. Precisava te ver.

- Eu estou aqui...

Não foi dita mais nenhuma palavra, Callie aproximou-se da loira, tocou-lhe a face com delicadeza, fazendo Arizon fechar os olhos e pôr sua mão sobre a de Torres.

Enquanto isso...

Owen recebe uma ligação, um tanto suspeita...

- E aí, cara? Tudo em cima? - Disse King.

- Finalmente você ligou!

- Estava tentando seu celular, mas deu desligado.

- Deve ter descarregado. E então?

- Tudo certo, ligando só pra avisar que achei o cara e que não demora e tenho ele na minha mão pra você. Só não esquece do nosso "trato".

- Pode deixar. Mas cuidado, tá? Não quero que nada saia errado.

- Deixa de ser frouxo, Owen. Ah desculpe, Doutor Hunt. Vai ter o que quer.

E essa ligação foi finalizada, deixando um clima mais pesado ainda na casa de Owen.

No presídio...

- Você quase me matou de susto, sabia? No começo pensei que você tinha passado mal, ou algo do tipo.... - Disse Arizona, ainda de olhos fechados.

- Desculpa, mas eu queria te ver, saudade também mata, sabia?

As duas riram no mesmo instante. Sabe aquele sorriso nervoso, ansioso talvez?

Agora já olhavam-se, era incrível como os olhos das duas se atraiam, se magnetizavam. Não demorou mais de meio minuto para que Torres tomasse a iniciativa de trazer o corpo de sua advogada para perto de si.

Sentou-se novamente na cama, e entrelaçando suas pernas na cintura da loira, ferozmente a beijou.

Um beijo intenso, forte, daqueles beijos bem selvagens mesmo. Robbins entregou-se completamente aquele momento, havia decidido viver aquilo.

Suas línguas se buscavam com muita vontade, um beijo bem mais que apaixonado, um beijo ardente, daqueles capaz de acender qualquer chama.

Robbins segurava a nuca de Torres, a arranhando de leve. Já a morena pressionava a cintura de Arizona, a cada movimento rápido do beijo.

Era capaz de sentir o calor emanado dali a quilômetros de distância. O fogo da paixão talvez, mas nesse caso, fogo do amor.

Em Nome Da Verdade | Calzona VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora