CAPITULO DOIS - CADERNOS E CHOCOLATES

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Pego o meu caderno de desenhos na bolsa e um lápis, avalio as roupas que estou criando para meu próximo trabalho.

Amo criar roupas e me arrisco a desenhar bolsas e outros acessórios, a moda é a minha paixão desde pequena. Uma vez, cheguei a criar uma camisa especialmente para o cara sentado à minha frente quando éramos apenas crianças animadas com a vida em uma cidade nova.

Quase não dá para acreditar na nossa vida agora. De melhores amigos para pessoas que nunca mais se falaram, mas é como minha mãe diz: Alguns laços são quebráveis, sim.

- Ele ficaria lindo com o cachecol que eu criei esses dias... - Sussurro baixinho enquanto começo a fazer alguns traços.

Estou tão concentrada no desenho que estou fazendo do Taehyung usando uma camisa parecida com a que fiz para ele uma vez que não percebo o tempo passar. Até que sinto um vento gelado e preciso me levantar para fechar a janela atrás de mim.

- Com licença, pode fechar a sua janela? - Pergunto ao senhor atrás de mim, mas percebo que foi perda de tempo.

O homem está em um sono tão profundo que nem um terremoto seria capaz de acordá-lo.

- Eu fecho para você.

A primeira coisa que percebo é um perfume maravilhoso, a segunda é Taehyung se inclinando sobre o homem e fechando a janela.

- Muito obrigado.

- Percebi que você estava sentindo frio provavelmente por causa dessa janela. - Ele responde casualmente.

- Eu sou uma pessoa frienta.

- E está indo para um lugar frio? - Ele ergue a sobrancelha curioso.

- Que ironia, não é? - Sorrio.

Perto assim dele percebo o quanto o tempo passou para nós.

Ele me encara por alguns instantes e sinto minhas bochechas corarem.

- Você está bem? - Ele examina meu rosto. - Está vermelha.

- É blush. - Respondo apressadamente.

E o sorriso convencido que ele me dá faz com que eu queira correr para longe.

- Hum, com licença. - Digo e me apresso para ir até o banheiro feminino mais próximo.

Fecho a porta e me olho no pequeno espelho, realmente o meu rosto está vermelho. É uma das coisas que detesto em mim, geralmente eu controlo bastante as minhas emoções e reações, mas hoje parece que falhei e por quase nada, foi só aquele sorriso bobo dele.

Ao voltar para o meu banco percebo que meu caderno de desenhos não está na mesinha e quase tenho um infarto.

Começo a procurar com os olhos por todos os lados e nada dele, abro a minha bolsa só para confirmar se não está ali dentro, mas tenho certeza que não.

- Droga. - Resmungo.

Saio a procura de alguém que possa me ajudar, nessa altura só pode ter sido roubado ou alguém pegou por engano.

Vou até o outro vagão.

- Moço, com licença. - Falo a um dos funcionários do trem.

- No que posso ajudar?

- Deixei um caderno de capa clara na minha mesinha e enquanto fui ao banheiro ele desapareceu. Pode me ajudar?

Ele me olha com desprezo por eu estar tão preocupada com um caderno.

O Natal que prometemosOnde histórias criam vida. Descubra agora