CAPÍTULO DOZE - A caminho para Moontown

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Estremeço com todas essas lembranças.

Não foi fácil me tratar depois do que aconteceu naquele banheiro, eu nem consigo entrar no ginásio da escola quando visito Moontown. Mas, hoje eu sei que as coisas são diferentes, eu sou mais forte e melhor do que antes.

- O que foi? Ainda está com frio?

A voz do Tae me traz de volta ao presente.

- Não, só me lembrei de algo ruim.

- O que era?

- Daquele dia no banheiro, quando eu fiquei presa.

Ele se enrijece ao meu lado.

- Odeio pensar naquele dia.

- Eu não sei o que seria de mim se você não aparecesse. - Confesso. - Aquele foi o pior dia da minha vida.

- A Sue foi quem me chamou, se não fosse por ela talvez eu não chegasse a tempo de impedir aqueles idiotas.

Sue era uma garota indiana muito gentil, eu ainda a vejo quando vou a Moontown e sempre conversamos por chamadas de vídeo.

- Eu sou muito grata a ela.

- Você ainda conversa com ela?

- Sim, ela ainda vive em Moontown.

- E aqueles idiotas?

Solto um suspiro.

- Não, cada um deles seguiu seus caminhos. Minha mãe diz que a maioria mora em Londres, fico feliz por nunca ter encontrado nenhum deles.

A mão dele passeia pelo meu cabelo.

- Nem mesmo a Ashley?

Não gosto nem de ouvir esse nome.

- Ela ainda vem a Moontown, mas sempre quando eu não estou. Minha mãe ainda a detesta, ela sempre a evita ou ignora os pedidos de desculpa dela.

- Acha que ela realmente se arrependeu?

Olho para ele e me lembro de que brigamos uma vez por causa da Ashley.

- Isso não me importa mais, não posso apagar ou perdoar facilmente o que ela fez comigo.

Ele não diz nada.

O Tae acreditou na Ashley uma vez, disse que eu realmente deveria dar uma chance e escutar as desculpas dela, mas eu não sou e nem era capaz de fazer isso. O que eles fizeram comigo foi desumano e não posso simplesmente dar o meu perdão quando as desculpas dela não são realmente sinceras.

- Ei. - Ele sussurra no meu ouvido. - Não fique presa a esses pensamentos.

- Eu não estou.

- Hum, você sabe que eu sei que você está mentindo. Não sabe?

Minha risada sai fraca.

- Eu sei, vou tentar não pensar nisso.

- Vamos dormir, temos muito tempo de viagem ainda.

Concordo, mas não caio no sono tão facilmente.

Diferente do Taehyung que está dormindo feito pedra, eu o empurro com cuidado fazendo com que a cabeça dele fique encostada na mesa e o cubro com meu sobretudo.

Do outro lado sinto o Ha-jun nos olhando.

- Tudo bem? - Ele pergunta sem emitir nenhum som.

Levanto o polegar fazendo o sinal de "joia", então ele também se encosta no banco e fecha os olhos, mas não tenho certeza se está realmente dormindo. Levanto-me e vou até o banheiro, passando pelo vagão do Charles que está concentrado lendo um livro.

O Natal que prometemosOnde histórias criam vida. Descubra agora