CAPÍTULO VINTE E CINCO - O natal que não esperávamos

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NOVEMBRO

Eu estou bem!

Estou vivendo a melhor fase da minha vida, mesmo com o coração partido.

Ganhei meu primeiro salário do estágio e tenho começado a economizar para um dia abrir minha primeira loja de roupas sustentáveis. Criei algumas roupas para alguns amigos aqui na Coreia que estão pagando bem, também tenho ganhado bastante destaque na Chanel.

O estágio vai durar um ano, mas não tenho planos de voltar para o Canadá, quero ficar aqui. Estou simplesmente apaixonada por esse país e por tudo aqui, tenho aprendido mais sobre a cultura do meu pai e tenho passado mais tempo com minha família.

- Acho que você precisa de roupas novas. - Diz minha avó.

O frio aqui também é intenso, mas é tão gostoso passear nas ruas tarde da noite. Principalmente agora no fim de novembro, nem acredito que o natal já está próximo.

- Vou comprar mais roupas no próximo mês, vovó.

- Hum, eu vi a mãe do Tae esses dias.

Fico curiosa.

- É mesmo?

- Sim, mas não contei a ela que você está aqui na Coreia. Já que você decidiu esconder do garoto que está morando aqui há meses.

- Foi o melhor, vovó.

- Vocês jovens são tão burros!

Fico boquiaberta ao escutá-la dizer isso.

Mas, sei que é o melhor.

Começo a me arrumar para dar meu passeio noturno, o que nunca é só um passeio, principalmente numa sexta à noite. Combino com alguns amigos de ir a uma balada com eles, e por volta das três da manhã quando estamos saindo da balada, acabo tropeçando no chão e ralando o cotovelo.

- Vou a uma farmácia e de lá chamar um uber para casa.

- Tem certeza? - Pergunta uma das meninas.

- Sim, vejo vocês depois.

Saio a procura da farmácia mais próxima, as ruas estão meio desertas à essa hora. E quando encontro uma, peço um curativo cor de rosa.

- Não quer limpar a ferida? - Pergunta o vendedor.

Ouço o sino da porta da loja tocar.

- Quero.

- Naquela prateleira tem um remédio que você pode usar.

- Obrigado, vou pegar.

Vou até onde ele havia apontado e acabo esbarrando com um homem todo de preto. Ele está de boné e máscara preta, além de moletom escuro.

- Desculpe. - Digo passando por ele.

Sinto um formigamento por todo o corpo e fico paralisada.

- Liv?

Não me viro, mas me dou conta de que esse homem é o Tae.

- Oi. - Respondo de olhos fechados.

Ele toca o meu ombro e me obriga a ficar de frente para ele. É uma cena tão constrangedora, ele simplesmente fica sem fala ao me ver, como se fosse um fantasma.

- O que você está fazendo aqui?

Não respondo.

- Liv, eu te fiz uma pergunta.

- Estou fazendo o meu estágio. - Respondo com cuidado.

Tudo o que ele faz a seguir é bem rápido, ele pega a carteira, dá o dinheiro ao vendedor, pega meus curativos e meu remédio, e por fim, me leva para fora da farmácia.

O Natal que prometemosOnde histórias criam vida. Descubra agora