CAPÍTULO DEZOITO - O baile de ex-alunos

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Depois que a Sue me deixou em casa, corri até o meu quarto e chorei até cair no sono.

Em algum momento eu pude ouvir a voz suave da minha mãe dizendo algo que não tenho certeza, depois senti um beijo na bochecha. Logo em seguida, cai em um sono profundo que deve ter durado horas.

- Liv. - Alguém sussurrou no meu ouvido.

Sinto meu corpo pesado e tenho dificuldade em abrir os olhos, então apenas resmungo alguma coisa.

- Se você não acordar, eu vou beijar todo o seu rosto. - A voz continua dizendo.

Do nada sinto lábios deixando beijos delicados em todo o meu rosto.

- Tae? - Digo ainda sem abrir os olhos.

- Isso mesmo, sou eu.

Sorrio.

- Vamos, acorde.

Abro os olhos com dificuldade e o vejo sorrindo para mim.

- Oi.

- Oi, dorminhoca. - Ele sorri.

- O que está fazendo aqui?

- Eu te liguei mais de cinco vezes, fiquei preocupado com você.

- Minha mãe foi quem te deixou entrar?

- Sim, meus pais também estavam aqui, mas já foram.

Sinto-me confusa.

- Seus pais?

- É, eles vieram te ver, mas sua mãe disse que você estava dormindo feito pedra, então resolvemos deixar você em paz.

Esfrego os olhos.

- Poderiam ter me acordado, eu queria ver seus pais.

Tae se senta ao meu lado na cama.

- Você vai poder vê-los amanhã no festival de natal.

Meu corpo todo dói, parece que fui espancada enquanto dormia.

- Veio até aqui só porque eu não atendi suas ligações? - Pergunto.

- Sim, fiquei preocupado e inventei uma desculpa para que meus pais também pudessem vir. Eu te observei por alguns segundos, você parecia tão cansada.

- Sério? Estranho, eu ainda me sinto cansada.

Verifico as horas, eu dormi duas horas direto.

- Sinto muito por toda essa situação. - Diz ele passando a mão no meu cabelo bagunçado. - Sua mãe me contou o que aconteceu com a Ashley.

Imagino que a Sue já deve ter contado tudo para a minha mãe.

- Então vocês já sabem?

- Como se sente?

- Péssima. - Confesso. - Eu disse coisas a ela que estou começando a me arrepender, Tae. Eu mesma não me reconheci, mas quando a vejo sinto um ódio tão grande por tudo o que aconteceu, não importa quanto tempo já tenha passado.

- Se eu der a minha opinião sobre isso, você vai me xingar como fazia no passado?

Balanço a cabeça negativamente.

- Ouça o que ela tem a dizer, vocês são adultas agora. Acho que independente do que for, você é madura para lidar, a ouça não porque ela está doente, mas porque você merece resolver essa lacuna no seu passado.

Olho para ele intensamente.

- Quando você ficou tão maduro?

Ele me dá uma risada gostosa.

O Natal que prometemosOnde histórias criam vida. Descubra agora