Capítulo 02 - Aquele da briga na festa de rua

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⚠ Alerta de gatilho:Há cenas de violência física e tentativa de abuso sexual neste capítulo.


Ω

A festa acontecia nas principais ruas da cidade. Emma estava na praça central acompanhada de seus amigos. Como ela tinha permitido que eles a convencessem a sair? Não saberia dizer. Agora, misturada com a multidão de pessoas suadas e sorridentes, que conversavam aos gritos ou dançavam ao som de música animada, Emma se perguntava se tinha sido realmente uma boa ideia ter saído naquele dia.

— A cerveja acabou! — gritou Ruby para a amiga. — É sua vez de abastecer a turma, alpha!

Emma fingiu animação, levantando os polegares para cima, indicando que iria buscar mais bebidas no Rabbit Hole, um dos bares que ficavam perto do velho chafariz no meio da praça.

A alpha abriu caminho em meio a multidão de corpos suados que exalavam potentes feromônios. Aquela festa acontecia todo ano e era popularmente conhecida como "O dia do acasalamento". O alpha e/ou ômega que não estivesse na rotina ou no ciclo de cio naquele dia, certamente tinha grandes chances de ser induzido a entrar, por causa da intensa exposição aos feromônios alphas e ômegas.

"Os betas que são felizes", Emma pensou, desviando de um casal que se beijava e se esfregava sem inibições para o delírio do pequeno grupo de pessoas que gritava palavras de incentivo ou assobiava ao redor deles. "Cambada de idiotas!"

Já dentro do bar, Emma se juntou à fila em volta do balcão e esperou sua vez de ser atendida. O celular no bolso da loira vibrou e ela retirou para ler a notificação que chegou. Era uma mensagem de Killian: "Onde vocês estão?"

"Perto do chafariz, ao lado da bola de propaganda da cerveja Lycan", Emma digitou em resposta, guardando o celular novamente no bolso.

Chegou a vez da alpha e ela pediu quatro long necks ao barman. Depois, pagou as bebidas e saiu para fora do bar.

Na calçada, olhou para o lado e viu uma moça correndo para o beco na lateral do Rabbit Hole. A moça olhava ao redor, assustada, como se fugisse de alguém que a perseguia.

Segundos depois, Emma avistou dois homens correndo na mesma direção que a jovem seguiu. Um deles pareceu encontrar o que procurava e mostrou um sorriso predatório, o que fez os pêlos da nuca de Emma se arrepiarem.

Logo, os dois homens também entraram no beco e a alpha sentiu que aquilo não era bom. Tomada por um instinto protetivo, Emma correu para o beco chegando a tempo de ver os dois homens cercando a moça que tremia, acuada num canto da parede.

— Deixem ela em paz! — a alpha quase rosnou de raiva, sabendo bem quais eram as intenções daqueles canalhas.

Um dos homens, careca e musculoso, olhou para a loira, exibindo um sorriso arrogante: — Não se meta em assuntos de adultos, little alpha!

A única não alpha ali, era a moça que continuava tremendo, exalando um forte cheiro de cio. Emma se apiedou dela, pois percebeu que a pobre ômega certamente ainda não tinha aprendido a identificar os sinais do corpo quando estava perto de entrar no cio e acabou tendo o ciclo induzido por estar rodeada de alphas naquela festa.

— Esta ômega não parece nem um pouco receptiva ao avanço de vocês dois — Emma rosnou chegando mais perto dos homens.

— Ora, ora... E o que você, imitação de alpha, tem a ver com isso? Não percebe que tudo que essa ômega quer é um grande pau alpha para preencher todos os buracos dela? — o outro homem falou. Ele era mais baixo e tinha uma verruga no canto do nariz.

— Se quiser ficar só olhando, enquanto a gente se diverte com a pequena aqui, tudo bem, alphinha. Talvez assim você aprenda alguma coisa. — O careca disse, provocando Emma.

Inverso [SwanQueen - Universo ABO]Onde histórias criam vida. Descubra agora