Capítulo 05 - Aquele do final inesperado

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Sentada sozinha na mesa, Emma encarava o cartão que segurava com cuidado em uma das mãos. Já tinha lido e relido as informações no pequeno pedaço de papel tantas vezes, que decorou cada detalhe impresso nele. Naquela hora, ainda haviam muitos clientes ocupando as mesas no diner, onde a alpha parou para almoçar, depois de conseguir despistar os amigos mais cedo. Ela precisava tomar uma decisão e não queria ter que fazer isso na presença deles.

Olhando ao redor, Emma percebeu que os clientes estavam distraídos. Alguns comiam apressados suas refeições enquanto outros jogavam conversa fora e tomavam copos de chopp. Esses últimos não pareciam preocupados em se atrasarem para o expediente da tarde nos escritórios.

Verificando o relógio, Emma observou que ainda restavam cerca de quinze minutos para terminar o seu intervalo de almoço. Deixando o cartão em cima da mesa, a alpha pegou o celular e começou a apertar as teclas, digitando o número que já havia memorizado.

Quando terminou de digitar, Emma respirou profundamente e apertou "chamar", colocando o celular contra a orelha e coçando a testa com os dedos da mão desocupada, ao mesmo tempo em que fechava brevemente os olhos e procurava não pensar muito sobre o que aconteceria se a pessoa do outro lado atendesse.

(...), o telefone tocou uma vez.

(...), tocou duas, mas ninguém atendeu.

"Ela deve estar ocupada", Emma concluiu, achando que seria melhor desligar.

Porém, antes que encerrasse a ligação, alguém atendeu do outro lado, antes mesmo de começar o terceiro toque.

— Alô! — A voz da mulher parecia mais ofegante.

Isso causou um arrepio em Emma.

— Oi... Regina? — a loira precisava ter certeza. Vai que na noite anterior, o que aconteceu no banheiro do bar não foi apenas uma brincadeira para a "alpha das alphas"? Talvez Regina até tivesse lhe passado o número errado, apenas para enganá-la e se divertir com a situação?

— Sim. Emma? — a voz da engenheira pareceu ainda mais rouca e havia também um tom de surpresa que, para Emma, pareceu natural.

Swan empurrou os óculos sobre o nariz, sentindo as batidas do coração aumentarem gradualmente.

— Você sugeriu que eu ligasse para conversarmos sobre o que aconteceu ontem no bar — Emma lembrou, falando quase de um fôlego só, com medo de perder a coragem.

— Eu sei, e me alegra que você tenha ligado! — Mills pontuou numa voz sedutora. — Mas eu pensava em conversar com você pessoalmente. Talvez no meu apartamento? Se você não se importar, é claro! — foi direto ao ponto, deixando Emma espantada com a sugestão.

— Sou praticamente uma estranha para você — a alpha observou, meio atônita. — Não se importa de convidar estranhos para sua casa? — o instinto protetor da alpha se tornou evidente e, no momento, ela nem cogitou que a "outra alpha" pudesse estar tentando atraí-la para uma emboscada.

Houve um sorriso baixo do outro lado da linha, que não ficou perceptível para a preocupada alpha loira.

— Eu sou uma alpha, Srta. Swan — Regina recorreu aquela mentira de novo — Pode ter certeza que sei me cuidar.

Realmente, Emma não seria a primeira pessoa estranha que Regina permitiria que entrasse em sua cobertura, embora todas as outras fossem garotes de programa que, algumas vezes, a ômega contratou para fodê-la durante os ciclos de cio. A engenheira sempre teve o cuidado de contratar os serviços dos acompanhantes em agências conhecidas, onde um rígido protocolo era seguido para preservar não apenas o anonimato des clientes como também a segurança física de todes.

Inverso [SwanQueen - Universo ABO]Onde histórias criam vida. Descubra agora