Capítulo 18 - Aquele da primeira vez

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— Merda — Emma xingou ainda surpresa com os sinais da chegada da rotina, sentando-se na cama e se encolhendo assustada — Regina, eu não planejei isso — disse num tom nervoso — Jamais teria dito que viesse para cá, se soubesse que eu estava perto de entrar no cio. — Tinha medo que a ômega pensasse mal dela.

Regina puxou o ar, sentindo o perfume de Emma ficar cada vez mais agradável. Parecia que a ômega estava aconchegada em frente a uma lareira no meio de uma noite chuvosa, confortando-se com uma saborosa caneca de chocolate quente e canela. Essa era sua nova sensação preferida.

— Eu sei que você não faria isso — a ômega expressou com toda certeza do mundo, sentindo a própria pulsação acelerada — Mas procure se acalmar um pouco, sim? Porque quanto mais ansiosa você fica, mais seu cheiro me afeta — explicou, ofegante.

— Sinto muito — Emma se desculpou, envergonhada.

Regina mostrou um ar compreensivo e ergueu a mão para acariciar suavemente a lateral do rosto da alpha. "Caramba, como a temperatura dela subiu", pensou ao sentir o calor da pele sob o toque dos dedos.

Emma ficou mais rígida e fechou as pernas de maneira reativa, engolindo um gemido que ameaçou escapar.

— Regina, eu... — começou incerta, segurando o lençol com força entre os punhos fechados — Não entendo porque minha rotina está começando. Venho tomando os supressores rigorosamente e...

— Espere — a ômega interrompeu a fala da outra — Há quanto tempo você não entra na rotina? — Regina ficou curiosa de repente.

Emma pareceu mais acanhada.

—Faz mais ou menos um ano e meio — murmurou, abaixando o olhar.

A ômega empalideceu.

— Isso é sério? — soou ríspida, sentindo que fervilhava de irritação por dentro — Sabe que não pode ficar tanto tempo sem entrar no cio, Emma; assim você prejudica sua saúde. Me explique por que diabos achou que deveria suprimir suas últimas três rotinas?! — Regina olhou severamente para a alpha que continuava com a cabeça abaixada e encolhida no canto, parecendo ter perdido a capacidade de falar.

Tentando domar o acesso repentino de raiva e preocupação, a ômega pegou a alpha pelo queixo com cuidado e a fez encará-la.

— Me desculpe, eu não queria ser rude com você — fez uma pausa — Mas preciso entender essa sua escolha, no mínimo, irresponsável.

Emma olhou-a e mordeu ligeiramente o lábio, exibindo uma expressão vulnerável.

— Tudo bem... sei que você está certa. Eu não deveria tomar tantos supressores — suspirou audivelmente — O problema é que minhas rotinas quase nunca são fáceis, nem prazerosas. Pelo contrário, o período do cio costuma ser sempre assustador, solitário e frustrante para mim.

Esse desabafo deixou Regina desarmada.

—Oh, minha querida... sinto muito! — exclamou, fazendo um breve carinho na bochecha de Emma — Desculpa se estou sendo invasiva, mas por que suas rotinas são solitárias? Você tem dificuldades de passá-las com outra pessoa? — tentou abordar o tópico da maneira mais delicada possível, porque precisava entender o que acontecia com a alpha.

Emma meneou a cabeça, antes de encarar Regina novamente.

— Passei poucos cios na companhia de ômegas, e acho que as experiências também não foram muito agradáveis para elas. Sou insegura com o meu status desde que me apresentei na adolescência. Então, quando estou no cio tenho medo de ser inadequada, de acabar machucando as pessoas — disse abertamente — Por isso, geralmente passo sozinha ou tomo supressores para inibir a chegada da rotina. — calou por um segundo — Acho que deveria procurar ajuda para lidar melhor com esses problemas.

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⏰ Última atualização: Dec 08, 2023 ⏰

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