Emma olhou para o prédio à frente. Era apenas uma torre, certamente com um único apartamento por andar. O Edifício Mifflin estava localizado numa das regiões mais nobres da cidade e isso revelou para Emma o abismo social que a separava da "outra alpha".
Tirando o celular do bolso, ela verificou novamente a mensagem que Regina lhe enviara, logo depois que a jornalista encaminhou o termo de confidencialidade assinado de volta. Em linhas gerais, o documento era apenas uma garantia, principalmente para Regina, que a relação entre elas e o que acontecesse intimamente entre as duas permaneceria sob sigilo.
Emma não tinha praticamente nada a perder, caso seu envolvimento com outra alpha ficasse público, afinal o dono da AlphaVerse não dava a mínima para a vida particular dos funcionários, muito menos estava preocupado em saber com quem eles se relacionavam. Desde que ele continuasse ganhando seus milhões enquanto aproveitava a vida em algum lugar idílico, o resto não importava.
Mas, pelo visto, para Regina era primordial que ninguém soubesse o que ela fazia na intimidade, e olhando agora para o lugar onde a "alpha" morava, Emma meio que compreendia a necessidade que a engenheira tinha de preservar a privacidade. Alguém que tinha um padrão de vida tão alto, certamente não poderia se envolver em escândalos que poderiam justamente manchar a reputação e abalar o status quo daquela mulher poderosa.
"Sua entrada já está autorizada na portaria. Só precisa mencionar o seu nome e esperar a permissão para subir ao apartamento 801. Chegue às 20h. R. Mills."
Emma leu novamente a mensagem e guardou o celular, respirando fundo e contando até cinco, antes de atravessar a rua e pisar na calçada do edifício Mifflin.
Nervosa, ela seguiu as orientações de Regina e, logo, o homem na portaria, um beta de semblante sério, permitiu a entrada da loira, informando que ela deveria pegar o segundo elevador à direita para ir direto à cobertura.
Dentro do elevador, Emma se sentiu ainda mais nervosa. Ela esfregou as mãos suadas na calça jeans e empurrou os óculos sobre o nariz, evidenciando trejeitos nervosos.
Não deve ter passado mais que alguns segundos e, quando ela olhou para o painel acima das portas, o número 8 piscou na tela de fundo azul, sinalizando que a curta subida ao topo do edifício chegara ao final.
O elevador abriu e ela vislumbrou uma porta maciça do outro lado do corredor estreito. Saindo do elevador, Emma relanceou os olhos pelo lugar e verificou que estava sozinha. Em cada ponta do corredor, tinha uma janela ampla e vasos decorativos e de plantas exóticas enfeitavam o ambiente, assim como uma passadeira persa cobria o piso quase de ponta a ponta.
As arandelas estavam acesas nas paredes, jogando uma luz tênue no corredor.
Emma se moveu na direção da porta e um cheiro delicado logo a envolveu. Antes que ela erguesse a mão para bater, a porta foi aberta de súbito e Emma se encontrou novamente frente a frente com Regina.
A morena estava como sempre deslumbrante, vestindo um elegante e longo robe de cetim negro. Regina a encarava com os olhos penetrantes e escuros.
Por instinto, Emma farejou o ar, sentindo um perfume diferente pairando ali. Não era desagradável, longe disso, parecia com o cheiro de uma fruta suculenta mergulhada em mel. Havia também um toque de sensualidade e refinamento que agradou de imediato a alpha interior de Emma.
"Que estranho", a jornalista pensou. "Este perfume está vindo de Regina. Por que ela não está com o cheiro amadeirado de antes?"
— Me alegra que você seja pontual, Srta. Swan! — a engenheira se pronunciou — Mas entre logo, por favor! — ficou de lado, fazendo um gesto com a mão para a alpha passar.
Com o cenho franzido, Emma ainda ficou um momento parada encarando Regina e querendo entender o que acontecia.
— Por que seu cheiro mudou? — a jornalista perguntou sem rodeios.
Emma percebeu que a outra mulher engoliu em seco e um sorriso trêmulo surgiu no rosto dela.
— Estou... entrando no cio — disse com alguma hesitação.
A alpha sacudiu a cabeça.
— Não, não é só isso... Você não cheira mais como uma alpha. Por quê? — Emma insistiu, dando dois passos na direção de Regina e invadindo o espaço pessoal da outra.
A de cabelos escuros soltou a mão que ainda segurava a porta e se inclinou um pouco para trás, surpreendida com a aproximação repentina de Emma.
A loira estava tomando respirações profundas e rápidas, parecendo querer captar cada vez mais aquele novo cheiro.
Com o coração palpitando furiosamente no peito, Emma deu um passo para trás, com a expressão confusa e, ao mesmo tempo, arrependida. Era a primeira vez que sua alpha interior reagia tão intensamente a um perfume.
— Sinto muito... Não queria assustá-la — Emma se desculpou, desnorteada. — Mas o seu cheiro parece um deleite para minha alpha.
Regina endireitou a postura e sorriu prazerosamente.
— Está tudo bem, Emma — falou num tom gentil — Sua alpha apenas reagiu de um modo primordial a minha ômega interior. Foi isso que acabou de acontecer. E eu não me assustei, só não estava preparada para uma reação tão... primitiva vindo de você. — a expressão da ômega ficou mais maliciosa.
Por sua vez, Emma pensou não ter escutado direito o que a engenheira disse.
— Ômega interior? — sussurrou quase pausadamente, franzindo o cenho.
Regina não quis mais perder tempo. Ela simplesmente abriu o cinto do robe e afastou a peça dos ombros, deixando-a escorregar por todo o corpo e cair ao chão, revelando a nudez da ômega.
Emma lambeu os próprios lábios, sentindo a saliva se acumular na boca quando seus olhos verdes rastrearam cada centímetro daquele corpo em exibição. Os seios de Regina eram redondos e firmes. Havia uma trilha de suor escorrendo pelo abdômen e ventre da engenheira, e o pequeno monte de pêlos brilhava de excitação, enquanto o cio dela se tornava evidente não apenas por causa do cheiro, mas também pela umidade que parecia prestes a pingar da entreperna da ômega.
Com o pé, Regina afastou para o lado a peça caída no chão, e começou a andar na direção de Emma, aproximando-se da alpha de um jeito quase felino, irradiando calor e luxúria em cada passo que dava.
De sua parte, Emma moveu-se para trás, sentindo-se ainda mais nervosa e insegura com o que se sucederia a partir de agora. Só parou, quando suas costas encontraram a parede sólida.
Com um sorriso predador, Regina fechou a porta do apartamento e colou o corpo ao de Emma, lamentando que a alpha ainda estivesse muito vestida. A ômega pegou Emma pelo queixo e puxou o rosto pálido para mais perto, movendo o olhar da boca macia para os olhos verdes da jornalista.
— Sei que está assustada e talvez até com raiva depois que descobriu a verdade — Regina disse — Eu também estaria se alguém tivesse mentido para mim, inventando ser de um status diferente do que era — olhou-a de um jeito compreensivo — Mas você pode ter sua vingança, por assim dizer, porque não me importo em ficar totalmente à sua mercê pelos próximos dias — retirou delicadamente o óculos do rosto da outra, deixando-o numa mesinha ao lado — E confesso que adoraria finalmente poder passar o cio na companhia de uma alpha em quem realmente confio.
Emma olhou-a com curiosidade, experimentando um sentimento dúbio. Sim, estava com raiva da mentira que Regina inventou, mas aquela última confissão da ômega pegou a alpha totalmente desprevenida.
— Então... O que vai fazer, alpha?
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Inverso [SwanQueen - Universo ABO]
FanfictionUma alpha submissa. Uma ômega dominadora. Quando os papéis se invertem, o que pode acontecer? ⚠️ NÃO AUTORIZO ADAPTAÇÕES/TRADUÇÕES DAS MINHAS HISTÓRIAS. ⚠️ Fanfic Universo ABO.