[2] Eu que mando aqui

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#YvesFrancesa

Os domingos em Dongsan eram sempre os mesmos, principalmente para os mais velhos ou as pessoas da alta classe do cubículo que chamamos de cidade.

Eram nove da manhã e Jiwoo já estava começando a se irritar com o barulho do sino tocar de forma incessavel. Trajava um vestido florido que vinha até a altura do joelho, brincos e colares caros e o cabelo com algumas ondulações jogado nos ombros. Todo domingo era a mesma coisa, ir para a missa impecável, falar com todas aquelas pessoas hipócritas que iam apenas para mascarar uma religiosidade inexistente naquela cidade.

Essa era uma das partes mais complicadas quando se é alguém que todos devem levar como exemplo, Jiwoo tinha que ser perfeita em todos os sentidos, deveria agradar tudo e todos, estar ali presente em todos os cultos, todas as festas da cidade, todos os jantares beneficentes e outros mil eventos que inventavam para que ela fosse impecavelmente amável. E o mais incrível, era que ela conseguia.

- Encerramos mais uma missa, que Jesus esteja com todos vocês, não esqueçam de ajudar a igreja com as ofertas! - O Padre encerrou com um sorrisinho nervoso, dando espaço para o pequeno coral composto por Yeojin, Choerry, Gowon e Heejin.

Era a única parte em que Jiwoo ficava realmente atenta, no resto da missa apenas bocejava e dava alguns sorrisos para um ou outro que resolvia falar consigo.

- Ela tá linda hoje, né?! - Chanyeol comentou com um sorriso largo, tinha acabado de chegar, geralmente vinha apenas para tocar o sino.

- Você não acha que o padre vai descobrir algum dia? - Jiwoo perguntou, dando um leve sorriso.

- Descobrir? Não tem o que ele descobrir, tipo, nem tá rolando nada. - Apressou em desconversar.

- Seus olhos brilham mais que o lustre da minha casa quando olha pra ela. - Chuu insistiu.

Intercalando o olhar entre Chanyeol e Heejin, a morena olhava da mesma forma para Chanyeol, era nítido até quando ela estava cantando uma música cristã.

- Isso é normal, aposto que você olha assim pro Baek também. - Park disse, empurrando a ruiva com os ombros e voltando a olhar para Heejin.

Jiwoo sentou no banco de madeira, mordendo o canto do lábio em uma nova dúvida: Ela olhava assim pra Baekhyun?

Tentou se convencer de que a resposta seria sim pelo motivo mais simples, gostava dele desde a infância, e eles meio que tinham algo, e sempre que ele ia beijá-la, ela sentia um leve incômodo no estômago, como se estivesse sido embrulhado e chacoalhado. É, deve ser essas as borboletas que tanto falam por aí.

- Uma salva de palmas para essas adoráveis crianças. - O Padre complementou.

Ao mesmo tempo que batiam palmas, as pessoas começavam a se deslocar dos bancos de madeira e iam se espalhando por todo o salão. O som do piano de fundo intercalava com os barulhos das conversas paralelas, as mais falantes eram um grupo de idosas que ajudavam a igreja semanalmente, elas eram formadas em fofoca e graduadas em falar mal de pobres. E adivinha? Adoravam Jiwoo.

- Minha querida, como você está linda com esse vestido! É novo? - Uma delas, a senhora Jiyoon começou a elogiar.

Essa era uma das piores, o marido era um fazendeiro muito rico cujo fazia as maiores festas de peões da região, era um homem muito atarefado e por isso - segundo as palavras de sua esposa -, não comparecia a missa, porém todos já sabiam que os chifres da velha mal passavam na porta da igreja, e olha que era gigante.

O Amor (não) é Uma CorridaOnde histórias criam vida. Descubra agora