#YvesFrancesa
Existem males que vêm para o bem. Grandes ou pequenos acontecimentos que mudam o rumo de nossa vida, nossos sentimentos e pensamentos sobre o outro. Mas de certo, o único mal que não queriam que acontecesse fora justamente aquele.
Haviam dois lados: o lado de Yves, completamente aflita, sentindo-se violada, com raiva, com ódio, tristeza e todo o rancor que poderia sentir. Além da força, que aproveitava para descontar em Jiwoo. Desde que chegou em Dongsan, tinha certeza de que não seria nada fácil conviver com uma garota como a ruiva, mas era doloroso saber que o ódio que a coreana sentia era tão intenso ao ponto de fazer algo tão sujo e nojento.
Yves não podia mentir, por mais que um lado seu dissesse que não foi Jiwoo, por que no fundo ela era boa demais para fazer algo do tipo, o outro lado, o lado que tinha um pouco de raiva e irritação pelos momentos frustrantes, dizia que ela era a maior culpada. A nudez não era um grande problema para Sooyoung, ela se sentia violada de muitas formas, entretanto o que realmente doía, era imaginar que Jiwoo fosse a culpada pela foto.
Não a odiava, ao contrário de Jiwoo, que parecia sentir o ódio de forma ardente em seu coração.
Do outro lado, Jiwoo. Estava extasiada, deixava que a francesa a batesse o quanto ela quisesse, por mais que tenha sido apenas um tapa e em dois segundos, Sooyoung estava deitada no chão ao seu lado, segurando a toalha ao mesmo tempo que pequenas lágrimas desciam pelo seu rosto. Não sabia ao certo o que dizer, o que fazer, sua mente de repente virou um borrão, não lembrava mais de como estava na cama quando a garota estava no banheiro, não lembrara de onde deixou seu celular antes de ir embora, sequer sabia dizer que não havia sido ela.
Por que não tinha certeza, e era sufocante. Chuu sentia que nunca tinha certeza de nada, não tinha certeza sobre seus pais, não tinha certeza sobre suas amizades.
Não tinha certeza se odiava Yves ou não. Não depois de a vê-la chorar e a única coisa que conseguira fazer foi abraçar seu corpo molhado, enrolado com uma toalha também úmida.
Odiava Yves, isso ela dizia todos os dias, pensava a todo momento. Odiava mas não a ponto de tirar aquelas fotos, ou pelo menos pensava que não, até checar seu celular de novo e perceber que a foto estava no rolo de sua câmera.
Provavelmente a tinha tirado antes mesmo de baixar o aplicativo de idiomas. E estava envergonhada, por que não iria falar a ninguém agora, sem antes lembrar de todos os minuciosos detalhes, e de como sua mente era tão perversa e vazia de fazer algo como aquilo com Ha Sooyoung.
Suspirou, e finalmente teve coragem de olhar nos olhos de Yves, sentiu uma pontada no peito. De repente, seus olhos também se encheram de lágrimas, e mal conseguia pensar no que falar para a garota.
Odiava Sooyoung, mas odiava ainda mais vê-la chorar na sua frente.
Não poderia explicar o que era o sentimento, ver a garota que teve péssimas lembranças e odiou praticamente sua vida inteira, estava de forma tão vulnerável na sua frente, talvez se tivesse certeza que foi por sua culpa - por algum motivo bobo como uma queda no meio do refeitório, ou estragar de novo o seu treino de futebol -, mas não, ela estava chorando por que haviam infringindo sua intimidade.
E aquilo era demais até para Kim Jiwoo.
A garota soltou a francesa, em um misto de susto e vergonha, sentou-se na cama rapidamente, sentia suas roupas úmidas agora. Seus olhos circularam pelo quarto novamente, e pairaram sob o corpo de Sooyoung, ela limpava as lágrimas rapidamente, respirando fundo e se sentou no chão. Seu celular vibrava freneticamente em frente a porta do banheiro, ainda estava funcionando, afinal.
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O Amor (não) é Uma Corrida
Fanfictioncapa e banner por @alasca_ssi | hell graphic Em Dongsan, não existe muitas coisas atrativas, nada além de fazendeiros ricos, velhos fofoqueiros incrivelmente devotos à igreja, e adolescentes perdidos em seus próprios pecados. Em Dongsan, Kim Jiwoo d...