[20] Como uma fita cassete

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Peço que leiam os avisos finais, são importantes!

#YvesFrancesa

Às vezes, precisamos reafirmar para nós mesmos aquilo que sentimos no nosso íntimo, e não conseguimos expressar. Muitas vezes é algo que nos assusta, nos envergonha, algo que nos tira a paz e é capaz de mudar por completo a forma como nos enxergamos ao encarar o espelho. A verdade é que, muitas vezes, reafirmar essas pequenas partes de nós que nos assustam profundamente, soa como uma fita cassete, que sequer para de rebobinar dentro da nossa mente pertubadoramente caótica e insana. Lembrar-se dos últimos meses desde que deu de cara com a sua pior lembrança, até o exato momento em que deixou suas mãos a tocarem tão intimamente, e além disso, desejar repetir a dose com tanto ardor, eram de fato imagens que a mais nova odiaria deixar em sua fita cassete, mas já estavam lá, não havia nenhuma maneira de as esquecer.

Rebobinam.

Jiwoo, ao acordar, e encarar seu corpo emaranhado com o lençol e o corpo de Yves, percebeu que algumas fitas, não poderiam mais ser evitadas. Ela poderia afirmar que desde que deixou aquela garota infiltrar-se em sua vida, não era mais a mesma, de forma alguma. Assim, as cenas da noite passada surgiam de forma lenta e dolorosa em sua mente, apesar de tentar, sabia que seu corpo não aguentaria mais rejeitar o que uma vez, aceitara.

Para Jiwoo, a francesa não parecia ser a mesma, talvez nunca fosse, talvez ela tivesse escutado a fita cassete com tanto desatento que esqueceu de reparar nos pequenos detalhes.

Mas estava tudo ali, exposto para quem quisesse ver.

 Deus, eu preciso ir... - sussurrou contra o lençol macio, finalmente abrindo os olhos e olhando para a garota ao seu lado.

Seus olhos piscaram repetidas vezes, antes que pudessem a observar com atenção, sua pupila de certo dilatara naquele instante, um arrepio subiu pela espinha.

Os cabelos de Yves, mais longos do que quando se conheceram, agora escorriam como cascata pela borda do colchão. Suas mãos pousavam em sua barriga, a ruiva lembrou de anotar que essa posição era levemente macabra, mas deixaria para comentar depois, seria uma implicância a mais para o seu caderno de provocações. Quando de certo conseguisse falar sobre o que havia acontecido entre elas.

Permitiu observar mais um pouco, a respiração da garota era leve, precisava aproximar seu rosto para ouvi-la. Seu nariz era realmente bonito assim, embora uma mecha atrapalhasse a visão do seu rosto sereno ao dormir, seus pés estavam descobertos, contrariando o restante da sensação térmica do seu corpo, sua boca continuava do mesmo jeito, talvez um pouco mais seca, porém a beleza e a suavidade de seus lábios convidativos era mais notável quando a ruiva conseguia a admirar daquela forma, parecia até que nunca haviam se tocado, parecia até que desejava a sensação daquela maldita boca na sua novamente.

Kim só percebeu que a observava por um longo período de tempo, quando os olhos esbugalhados e sorridentes retribuíam o olhar, e um sorriso labial surgiu aos poucos, a mais nova sentiu o seu rosto corar aos poucos, havia mesmo perdido a noção de seus pensamentos, depois encontraria a coisa pela qual culparia por estar ali, encarando tanto, e por ser pega na exata cena do crime, em flagrante.

 Já me comendo com os olhos, assim sem nem um café ou um bom dia? - brincou, com a voz mais rouca do mundo.

Jiwoo pôde sentir a onda sonora invadir o seu corpo ferozmente, porém a única reação que teve ao corar novamente e de forma intensa, fora jogar o travesseiro no rosto de Sooyoung, fingindo um aborrecimento inexistente.

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⏰ Última atualização: 4 days ago ⏰

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