[19] Jazz, Sanduíche e Confiança

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#YvesFrancesa

— Meu Deus, eu esperava que só fosse ver gatinhas novas no ano que vem! – Hyunjin comentou, animada. Sendo empurrada por Jinsoul e Jungeun. — Que foi? Quero falar com elas!

— Não parece ser uma boa hora, não. – Jungeun disse, já temendo a reação de Jiwoo. Que segurava o buquê do primeiro lugar com tanta força que algumas pétalas caiam no chão.

As duas garotas encaravam Yves agora, esperando que ela apresentasse as pessoas que ainda permaneciam ali, ansiosas para cumprimentar as vencedoras — ou apenas para digerir a curiosidade e aumentar uma fofoca —, era óbvio que a segunda opção chamava mais a atenção de todos no momento.

A questão é que: ainda era uma surpresa para todos do Terceiro Ano, que as duas garotas que mais se odeiam naquela escola, haviam se apresentado juntas, no show de talentos, com aquela música. Nesse momento, o vídeo da apresentação já estava em todos os grupos, o assunto principal era como elas pareciam tão próximas no palco, como parecia que na verdade, nunca se odiaram na vida.

Jiwoo também sentia isso, sentia como se naqueles pequenos momentos, a sua raiva e remorso sumissem, como se a lousa de memórias ruins e desastrosas com Ha Sooyoung fosse sendo lentamente deletada com um apagador de quadro. Abrindo espaço para novas, nem sempre bem-vindas, mas totalmente necessárias.

Já entendia que não dava mais para controlar o seu corpo quando estava próximo a francesa, e que seu coração agora deveria estar comandando tudo. Se sentia exausta de pensar tanto e calcular todos os seus passos, quando na verdade, agia completa e única pelo seu coração.

A sua mente ultimamente só lhe dava dores de cabeça e cigarros novos pra conta.

Ah, e menos tempo de vida com um pulmão já estragado.

Lembrou que ainda estava ali, quando respirou fundo demais ao ponto dos olhares se voltarem para si novamente.

— Não vai nos apresentar? — O coreano arrastado da garota, que anteriormente abraçava a maldita francesa premium, se referindo a si.

— Oh, que falta de educação não me apresentar à vocês. — Jiwoo entrou na conversa de supetão. — Me chamo Kim Jiwoo, mas todos me chamam de Chuu por aqui.

— Um prazer, minha querida. Me chamo Vivianne. – soou mais cínica do que planejava, e o sotaque francês era ainda mais forte e presente do que o de Yves, a garota parecia não ter pratica no idioma, o que piorava sua situação. — C'est donc ta muse ? Je préférais quand tes œuvres parlaient de moi.

Disse, direcionando-se a Ha, que negou com a cabeça em desaprovação. Não demorou muito para que o grupo inteiro estivesse ao redor do trio, que não parecia muito confortável com a aproximação.

Estavam acostumados com a falta de hospitalidade francesa, não que os coreanos fossem um país que acalentasse o seu coração, entretanto, os peculiares moradores, mais curiosos do que peculiares, apelavam para a hospitalidade até sondar o máximo de informações que conseguiam.

Era um método bom, havia de funcionar com todos.

Jiwoo aproveitou a distração e puxou Yves, deixando o buquê cair sob uma das cadeiras. Wong Vivianne acompanhou os passos das duas, mas não interferiu, estava ocupada demais dando atenção ao que Rosé falava com sua amiga, Jennie, com seu francês arrastado.

— O que tá fazendo? Eu não posso deixar elas sozinhas... – Yves tentou falar, mas a mão da ruiva agarrando a sua e a arrastando para a cabine de fotografias instantâneas, a calou.

A ruiva sentou-se, assim que a francesa fez o mesmo. Colocou as mãos sob o joelho e ficou ali, olhando para a cortina preta que cobria a cabine minúscula de fotos. Havia agido por impulso e agora, não fazia a mínima ideia do que deveria ou não falar para Sooyoung.

O Amor (não) é Uma CorridaOnde histórias criam vida. Descubra agora