[18] Sociedade de Franceses

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Notas da Autora:
Antes de iniciarmos, queria dizer que preparei uma surpresinha pra vocês, e durante o capítulo vocês vão entender. mas diante mão: baixem o aplicativo BandLand e aguardem a cena adequada, infelizmente não consegui colocar no spotify e por enquanto youtube não me apetece. talvez atrapalhe um pouco a associação com os personagens, então se quiserem ouvir antes da cena, deem uma pausa e escutem. também terei um recado no final do capítulo, portanto leiam com carinho. obrigada por tudo.

#YvesFrancesa

Toque Who are You, Really? de Mikky Ekko

"Hoje eu me senti uma garota de dupla personalidade. Cedo fui para a igreja com meus pais, eu cantei para Deus, e quase chorei quando senti os olhos pesados do meu pai sob mim. Eu rezei pra que pudesse odiar aquele beijo, e aqueles lábios. Eu implorei a Deus que me desse uma saída para aquilo.

E ele me deu, quando eu cheguei em casa e a vi pela janela, me olhando enquanto segurava uma xícara e ouvia alguma música no fone de ouvido. Eu lembrei então daquele dia em minha casa, quando ela beijou meu pescoço e me deixou extasiada sob o balcão da cozinha de casa. Onde mais tarde, eu guardaria a lembrança juntamente com o jantar que fiz para meus pais.

Durante a noite, eu bebi, fumei, desejei a beijar mais de uma vez, eu a ignorei mais de uma vez, eu rezei de novo. Mas não passava.

Nunca vai passar.

Eu tentei ver as bandeiras do seu quarto pela minha janela, mas elas não estavam em meu campo de visão. Eu corri durante a noite inteira no meu carro, cheguei exausta. Eu dancei com a porta trancada, e quando desci para a sala, avistei meus pais conversando sobre como eu deveria me portar em cada evento que ocorreria em Dongsan ainda naquele ano.

Eu o ouvi dizer que não queria que eu andasse com as pessoas erradas, e disse que eu deveria melhorar no coral da igreja. Eu faltei uma missa, estava ocupada demais pesquisando sobre garotas beijando. Quando fui, senti meus lábios escorregarem nos lábios dela assim que o Ave Maria saiu de meus lábios, no corredor para o banheiro.

Eu vi meus pais irem embora, mas a angústia ficou.

Eu não poderia negar, agora eu tinha uma segunda vida, ou talvez essa sempre fosse a certa. Eu só preciso aceitar."

Jiwoo encarou seu próprio desabafo privado no Blog Princesas de 1950, o olhou detalhadamente, leu cada parte e suspirou, até o apagar por completo.

Estava apreensiva, seus pais pareciam saber de tudo, visto que agora que sabia que gostava do que estava fazendo, sentia-se mais paranoica do que nunca. Chuu agradeceu quando eles se foram porque sua mente só conseguia imaginar a cena: Jiwoo lhes dizendo o quanto havia beijado a vizinha, francesa, filha do prefeito, e o pior de tudo era que havia gostado. Gostava. Odiava gostar, mas não havia mais nada que pudesse fazer, já aceitara a sua ajuda, e agora adorava mais do que nunca sentir aquele beijo.

Parecia que não enjoava, o gosto de Yves estava sempre nos seus lábios. Agridoce como a forma que se sentia quando a via, completamente agridoce.

Mas agora, Jiwoo não tinha mais tempo para pensar em Yves. Estava ocupada demais tentando montar alguma apresentação para apresentar no Show de Talentos, que seria no dia posterior. A única coisa que Jiwoo tinha eram alguns passos pré selecionados, e uma playlist infinita de dança, porém, mesmo tentando repetidamente, nada parecia encaixar.

O Amor (não) é Uma CorridaOnde histórias criam vida. Descubra agora