#YvesFrancesa
— "Não lhe direi as razões que tens para me amar, pois elas não existem. A razão do amor é o amor." — O professor de literatura, Kyuhyun citou, rodopiando pela sala de aula com um sorriso largo, parecia embebedado com suas próprias palavras. — Quem disse isso?
A sala pareceu ficar em silêncio por alguns segundos, até a francesa levantar a mão e esboçar um sorriso sereno.
— Diga, Senhorita Sooyoung.
— Antoine de Saint-Exupéry. – respondeu.
— Muito bem, Sooyoung. E alguém pode me falar algo sobre essa frase? Se concordam, discordam? – O moreno tentava roubar alguma resposta dos alunos, que eram sempre calmos em suas aulas.
— Discordo. – Jungkook disse baixinho.
— Também discordo. – Chaewon se pronunciou, dando de ombros.
— Bem, algum dos dois podem me dizer o motivo de discordarem da citação? – Sentou-se com o corpo um pouco pendurado em sua mesinha.
O silêncio se instalou por mais alguns segundos, antes da loira voltar a falar.
— Acho que existem razões para se amar, mesmo as mais simples. Às vezes... – pensou um pouco antes de responder, olhando de relance para o fundo da sala e respirando fundo. — Acho que as razões pelas quais amamos alguém são as pequenas coisas, pode ser algo que admiramos como o jeito doce e meigo de alguém, ou um talento, sei lá, algo que te faça acreditar que essa pessoa foi feita pra você em cada detalhe, mesmo que todo o resto te empurre pra outra direção.
— Amiga, isso foi muito específico... – Hyunjin comentou baixinho, olhando ao redor para ver se mais alguém havia percebido.
E óbvio, Choerry e Yeojin estavam com a mesma expressão.
— Isso foi...profundo. – Kyuhyun pareceu levemente orgulhoso. — Parece que já se apaixonou, Chaewon. Você gostaria de compartilhar com a turma o que a fez cair de amores por alguém? Se não for muito pessoal, claro.
— Eu... – sussurrou, agora com uma expressão tão confusa quanto seus pensamentos. — Eu nunca me apaixonei, apenas deduzi que caso um dia isso acontecesse, seria por algo que eu admiro, teria alguma razão.
Seu corpo amoleceu, fazendo a garota abaixar levemente a cabeça e anotar alguma coisa em seu caderno. O professor suspirou, de qualquer forma, se sentia orgulhoso por finalmente ter encontrado algo que os alunos estivessem interessados, em vez de todos aqueles livros enormes e cansativos que a escola os obrigava a ler anualmente.
— E quem aqui concorda com Antoine? – perguntou, voltando a andar em passos lentos pela sala.
— Eu concordo. – Sooyoung falou. — O amor não precisa ser explicativo, eu acho que ele tem que ser sentido e já basta, para que procurar sentidos e razões pra algo tão puro e simples? As pessoas gostam de complicar o que é bonito, querem explicar muitas coisas e no fim, o amor é só amor.
Justificou com pressa, gesticulava animada, a sala inteira prestava atenção em suas palavras. A ruiva principalmente, não sabia muito sobre Yves, mas acreditava que ela deveria ter algum amor na França, só poderia ser esse o motivo para tantas justificativas.
Amor era complicado demais para Jiwoo, essas conversas sobre encontrar ou não razão para amar alguém eram ainda mais rasas do que o sentimento em si. Mas afinal, como ela iria discutir algo que sequer conhece?
— O amor é como arte. Você vê, toca, sente, mas não consegue explicar. – Yves continuou.
— Se eu te perguntar por que você gosta de chocolate, você vai responder que gosta dele pelo sabor, por que é doce. – Jiwoo rebateu, dando de ombros. — Discordo desse cara. E além do mais, eu acho que amor é tipo um quebra cabeça, as peças encaixam onde devem, se você gosta de alguém deve saber o porquê encaixou.
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O Amor (não) é Uma Corrida
Fanfictioncapa e banner por @alasca_ssi | hell graphic Em Dongsan, não existe muitas coisas atrativas, nada além de fazendeiros ricos, velhos fofoqueiros incrivelmente devotos à igreja, e adolescentes perdidos em seus próprios pecados. Em Dongsan, Kim Jiwoo d...