"Aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas se aproxima... nascido dos que o desafiaram três vezes, nascido ao terminar do sétimo mês... e o Lorde das Trevas o marcará como seu igual, mas ele terá um poder que o Lorde das Trevas desconhece... e...
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Outubro de 1992.
Outubro chegou, espalhando pelos jardins uma friagem úmida que entrava pelo castelo. Madame Pomfrey esteve ocupada com uma repentina onde da gripe entre professores, funcionários e alunos. Sua poção reanimadora fazia efeito instantâneo, embora deixasse quem a bebia fumegando pelas orelhas durante muitas horas. Do seu grupo, ninguém ficou doente, graças a Merlin.
Gotas de chuva do tamanho de balas de revolver castigavam as janelas nos dias seguintes; as águas do lago subiram, os canteiros de flores viraram um rio lamacento, e as abóboras de Hagrid ficaram do tamanho de um barraco. A única atividade que não se deixava abalar com isso era o quadribol. Os capitães dos times pareciam ainda mais foçados em treinar. Com o último ano de Higgs sendo aquele, Harry estava sendo treinado para substituí-lo no ano seguinte, o que o obrigava a treinar na chuva sob as ordens impiedosas de Flint.
Na véspera do Halloween, Harry estava voltando para o salão comunal depois de um treino árduo, encharcado até os ossos e coberto de lama. Estava tão cansado que só conseguiu limpar os seus pés para impedir que sujasse o piso do castelo — Filch estava horrível, doente e sem paciência para limpar sujeira dos alunos.
Virando num corredor deserto, Harry se deparou com um preocupado Nick Quase Sem Cabeça. Ele olhava desanimado pela janela, murmurando para si mesmo "... não satisfaz requisitos... pouco mais de um centímetro, se tanto...".
- Olá, Sir Nicolas - cumprimentou Harry.
- Olá, olá - assustou-se. Usava um elegante chapéu e uma túnica com rufos, que escondia o fato do seu pescoço estar quase completamente separado da cabeça. Ele era transparente como fumaça.
- Está tudo bem? - perguntou Harry, gentilmente. Era bom se manter no lado bom dos fantasmas — eles podem estar em qualquer lugar, as vezes na hora errada.
- Sim... não - ele se lamentou. - Eu realmente queria entrar... Achei que poderia entrar, mas, aparentemente, "não satisfaço as exigências"... - amargura estava marcada no seu rosto, apesar do tom leve.
- Fala da Caça sem Cabeça? - Harry perguntou. - Já li sobre eles. É um grupo de cavaleiros fantasmas que tiveram a cabeça decepada, certo?
- Isso! Que jovem de cultura... É exatamente isso. Eu me candidatei, mas eles não querem permitir minha entrada, porque eu não fui completamente decapitado. Quero dizer, não é minha culpa que o machado fosse cego e eles batessem, e batessem, e batessem, e minha cabeça não rolasse. É só um tendão e um pouco de carne, oras. É ridículo.
- Mas está nas regras, não está? - Harry falou, delicadamente. - Eles frisam que você deve ter a cabeça solta do corpo.
- Bem, sim, mas eu estou quase completamente decapitado. Acredite em mim quando eu digo que, mais do que ninguém, eu gostaria que o corte fosse limpo e rápido. Teria me poupado muita dor e vergonha.
