Pov Juliana
Mais uma manhã. Mais um dia.
Ótimo.
Desde a morte do meu irmão, seis meses atrás, eu fiquei paranóica. Não saio com meus amigos, não falo direito com as pessoas. Isso é luto? Provavelmente algo pior. Eu deveria falar com um médico ou algo do tipo, mas, em vez disso, investigo toda e qualquer coisa sobre o que aconteceu na fabrica que o meu irmão trabalhava.
Levantei da minha cama e olhei no espelho que era a porta do guarda-roupa. Prendi o cabelo num rabo de cavalo e desci as escadas até a cozinha. Coloquei água na chaleira e pus no fogão. Olhei para as pastas jogadas em cima da mesa. Aproximei-me e olhei o nome que aparecia em quase todas as folhas. Styles Enterprises Holdings. É um nome bonito. O proprietário das empresas Styles agora era o filho do falecido Antony Styles. Um garoto de 25 anos, chamado Harold. Harold Edward Styles.
Conhecido por sua empresa e todos os investimentos na luta contra a pobreza, o Sr Styles parecia ser o responsável pelo tiro que meu irmão tomou justamente no complexo de fabricas onde trabalhava.
Ainda estou no escuro, todos esses documentos ainda não provam nada. Mas é minha fórmula de escape. Meu hobbie.
Uma batida na porta tirou meus pensamentos das folhas espalhadas na mesa. Caminhei preguiçosamente até a porta e tentei enxergar pelo olho mágico. Liam. Destranquei a porta e abri-a com cuidado. O rosto de Liam se iluminou ao me ver.
-Sr Payne. – eu falei com um sorriso.
-Sra Silverman. – ele respondeu. Dei um passo para trás, abrindo a porta e Liam entrou. – Estava dormindo? – ele perguntou olhando para o meu pijama.
-Acabei de acordar. Estava fazendo um chá.
-Chá?
-Eu nunca aprenderei a mexer naquela cafeteira. – dei um sorriso. Liam era a única pessoa neste mundo que ainda conseguia me arrancar sorrisos e palavras. Fechei a porta atrás de mim e me direcionei para a cozinha. Liam sentou à mesa e observou os papéis. – Não ligue para isso. – falei, mas Liam me ignorou completamente, começando a fuçar nos papéis. A chaleira começou a apitar e fui desligar o fogão e fazer o chá.
-Você acha que esse Harold foi quem matou o seu irmão?
-Na verdade, eu não acho que um cara com tanto dinheiro sujaria seus sapatos pisando na fabrica, muito menos sujaria suas mãos matando meu irmão.
-Então acha que ele contratou alguém? Por que ele faria isso? Por que mataria seu irmão?
-Porque meu irmão sabia de alguma coisa. Eu não sei o que poderia ser, mas ele sabia. E esse garoto tinha medo que essa informação se espalhasse. Meu irmão vivia dizendo que não gostava dele, que ele não honrava a palavra família. E eu sinceramente não sei o que ele queria dizer, mas no dia em que ele morreu... – minha voz desapareceu em algum lugar na garganta – Antes de sair para trabalhar, enquanto tomávamos café... ele... bom, ele falou que estava finalmente tudo ficando certo e que o trabalho iria melhorar.
Liam me encarou por alguns segundos.
-Ju, e se tudo isso que você diz for verdade, que seu irmão sabia de alguma coisa, como pretende provar isso? E se provasse o que iria fazer?
-Minha vontade é de dar um tiro exatamente onde meu irmão levou, mas eu seria uma criminosa igual a ele. Eu informaria a polícia. – falei e Liam riu.
-Ah meu Deus. E você acha que um cara com o tanto de dinheiro que ele tem, ficaria preso por causa de um homicídio? Ele é um magnata Juliana, pode muito bem...
-Não! Para. Do jeito que você fala, faz parecer que o que estou fazendo é inútil.
-Ju, é inútil. Nós não podemos com esse cara. Olha, você é nova e acabou de perder o irmão. Fique de luto e depois siga em frente. É o que você precisa.
Ele até podia estar certo, mas que Harold Styles ia pagar pelo o que fez, ah, isso ele iria sim.
POV Harry
A garota ao meu lado ainda dormia. Levantei e vesti minhas roupas novamente, saindo do quarto da casa dela. Eu nunca, nem em um milhão de anos, as levo para a minha casa. Nunca. Não quero ninguém na minha privacidade. Que saia contando por aí como a casa do famoso CEO Harry Styles é. Não, não. Segui pelo corredor pequeno e peguei minha jaqueta, o capacete da moto e as chaves em cima da mesa. Abri a porta e sai para o frio da madrugada. Vi minha Harley-Davidson parada na frente da casa. Coloquei a jaqueta e o capacete e subi na Street Bob preta. Olhei para a casa da garota uma última vez e parti em direção ao meu apartamento.
(...)
Estacionei Bob na entrada do Horizon, que é o meu prédio e olhei para James, tirando o capacete.
-Fala sério James, está esperando ansiosamente para subir no Bob. – falei e joguei as chaves na direção dele que pegou sem nem se mexer.
-Sr Styles. – ele fez um aceno com a cabeça que eu respondi levemente.
- Guarde na garagem, perto das outras. Eu vou descansar um pouco.
-Como o Sr quiser. – ele respondeu e subiu na Street Bob. Dei as costas e entrei no Hall. Entrei no elevador e apertei o último botão. Encostei-me a parede e esperei chegar ao meu andar. A porta se abriu e vi meu apartamento. A escada para o outro andar, a cozinha à direita e minha sala em frente. Ignorei a sala com a TV enorme e subi as escadas de mogno para o meu quarto. Atravessei o corredor e entrei no quarto. Livrei-me das roupas e dos sapatos e entrei no banheiro, tomando um banho quente e me livrando da noite passada.
Coloquei uma boxer branca e comecei a enxugar os cabelos na toalha branca, enquanto via a CNN.
(...)
Acordei e levantei para tomar café. Peguei o jornal em cima da mesa e li as notícias e depois dei uma olhada na coluna social, onde uma foto bem grande minha estava ao lado da garota da noite passada. “Seria só mais uma das tantas do Sr Styles?” o jornal dizia. Dei uma pequena risada.
-Só mais uma... – murmurei e tomei o resto do café. Meu celular tocou. – Oi Louis.
-Oi cara. Então, o pessoal da fabrica não vai te deixar em paz. Desde que aquele garoto morreu... – ele falou. – Bom, eles estão indignados com sua falta de resposta à eles.
-Minha falta de resposta? A fabrica era um ardo grande nas costas do meu pai. Ele se desfez dela. Portanto eu não devo nada. Já paguei o seguro desemprego não paguei?
-Pagou, mas eles ainda...
-Lou, a pobreza deles não é mais problema meu.
-Pensei que você fosse a favor de atos filantrópicos.
-É bom para os negócios. Só.
-Eu ligo quando você estiver num humor melhor. Até cara.
-Até Lou. – desliguei o celular. – Eu não tenho nada com a vida deles. Droga. – me dirigi até o meu quarto e abri o closet, colocando uma calça de moletom e uma blusa com capuz e um tênis. Desci o elevador e sai para correr.
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Oioi Genteee! Sorry por toda essa demora, mas eu estava com um bloqueio criativo enorme. Nem as minhas fanfics no Social Spirit eu estou postando, mas essa aqui foi a primeira que as ideias surgiram.
O Street Bob é a moto da Harley-Davidson que o Harry tem. Procurem na net, caso queiram ver. :)
Bom, esse foi o segundo capítulo e eu espero que vocês tenham gostado, afinal eu já tenho acontecimentos futuros que irão fazer vocês arrancarem os cabelos.
Bjus da tia Car e até mais gente! <3

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STOCKHOLM SYNDROME | H. STYLES
Fanfiction"Síndrome de Estocolmo é o nome dado a um estado psicológico particular em que uma pessoa, submetida a um tempo prolongado de intimidação, passa a ter simpatia e até mesmo sentimento de amor ou amizade perante o seu agressor. A síndrome de Estocolmo...