XIV

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POV Juliana

No dia seguinte, acordei com a cabeça latejando de dor. Ótimo. Desci as escadas e vi Liam jogado no sofá e a TV ligada. Desliguei-a e fui para a cozinha, comer alguma coisa.

Hoje é aquele dia, depois do surto, em que falar não é um dos quesitos mais requisitados pelo meu corpo. Eu sinto como se quisesse trancar-me dentro de mim mesma, sufocar-me com tudo isso.

Mas Liam não deixa.

-Bom Dia. – ele falou, esfregando os olhos enquanto entrava na cozinha. Eu dei um sorriso forçado para ele. Lia não forçaria a barra, ele sabe exatamente o que estou passando. E eu o amo por isso. – Bem, vamos providenciar o café. Tenho certeza que você quer. Que tal você preparar a mesa e eu faço o café? – ele perguntou, levantando as sobrancelhas e sorrindo e eu assenti, virando para os armários, pegando o necessário.

(...)

-Você não vai nem tentar falar? – Liam perguntou, enquanto abraçava meu corpo empoleirado no sofá. Eu fiz uma careta. – Você sabe que tem um monte de coisa para essa semana certo? Sei que faltou hoje e que é difícil, mas não pode simplesmente deixar isso tomar conta da sua vida. Você tem que cuidar da dor e viver a sua vida. Parece cansativo e é.

-Como? – perguntei baixinho.

-Como o que? Fale mais. – ele incentivou.

-Como vou simplesmente seguir com a minha vida? Ele não está aqui. Nada disso importa.

-Tudo importa Juliana. Tudo. Desde os seus fios de cabelo, até o seu coração. – ele respondeu, meio bravo. – Como pode dizer que não vale a pena viver? Você tem um cara que não para de me ligar, simplesmente porque você disse que está resfriada. Você tem eu, sua família. Todos estamos te apoiando e tentando te ajudar a superar isso. Você só precisa deixar. – ele suspirou. – E embora eu saiba que pessoas na sua situação não querem ajuda, pelo menos dê algum valor. Eu entendi que queria sua privacidade hoje, mas não pode só sumir do mapa. Você faz parte da vida dele. E parece que ele quer que continue assim, então dê valor. Por você. – ele parou. - E por ele.

Eu refleti sobre o que Liam disse. Óbvio que eu me sinto mal por fazer Harry ficar longe. E não falar com ele, ainda por cima.

-Imagine-se na situação dele. – ele falou, tentando fazer-me acordar dos pensamentos e não voltar para a caixa. – Gostaria que ele te ignorasse assim? Não importa qual seja a razão.

-Não gostaria. Sentiria que sou descartável. Substituível.

-Pois é. E como acha que ele se sente? – ele falou e levantou-se do sofá. – Afinal, você está aqui comigo e não com ele.

POV Harry

Porra.

Sim, sim. Sei que pode parecer um pouco rude demais, mas é o que tenho para descrever sobre o meu dia de merda.

Tirando o fato de que minha namorada não atende às minhas ligações e que quem atende é um homem, o dia também foi horrível. Várias das ações que alguns investidores de merda garantiram que iria lucrar foram de mais altas as mais baixas.

Eu não poderia estar mais feliz.

E deixei isso transparecer bem hoje. Louis não me agüenta um minuto sequer e faz de tudo para manter contato com Liam para eu não pirar de vez.

O pior de tudo é: Por que estou tão aflito com relação a isso? É só um resfriado afinal de contas. Mas a maneira como a mensagem que ela enviou era fria e o jeito como está me ignorando desde então é muito estranho.

STOCKHOLM SYNDROME | H. STYLESOnde histórias criam vida. Descubra agora