XIX

66 7 26
                                        

POV Juliana

-Ju! – ele gritou animado e correu na minha direção, pulando nos meus braços. – Eu senti tanto a sua falta. – ele falou enquanto beijava meu rosto. Seu pequeno corpo estava agarrado ao meu, enquanto eu o abraçava.

-Você está bem? – perguntei.

-Estou. – ele sorriu, seus olhos azuis capazes de iluminar toda a sala.

-Que bom. Fico feliz.

-Tia, você tem que ver o que a vovó me deu. É incrível. – ele riu, se desvencilhou dos meus braços, e saiu correndo.

-Sra Jones... – a Sra olhou para mim. – Como ela está?

Ela demorou um pouco a falar, como se não achasse as palavras certas.

-...Morrendo. – podia ver sua hesitação ao falar da filha.

-Eu sinto muito. – eu disse sinceramente, sabendo o quão triste é perder alguém que se ama.

-Sei que sente, querida. – ela me deu um sorriso cansado.

-E ele? – perguntei, vendo a criança de cinco anos correndo atrás de seu brinquedo precioso.

-Continua sem entender. Acha que está tudo bem. Melhor assim.

-Melhor? O que a gente vai falar para ele quando não estiver mais tudo bem? – perguntei baixinho. – Eu vou tirá-lo daqui. Quando ela se for, ele vai ficar comigo. A Claire já até concordou em assinar os papéis.

-O que? – Sra Jones perguntou. – Quando ela falou isso?

-Uns dias após o diagnóstico. Ela concordou que ele precisaria de algum símbolo materno.

-Mas... Você não pode levá-lo. Ele nasceu em South Shields e deve crescer aqui. Onde a mãe dele foi criada. Você não vai levá-lo. – ela pareceu um pouco mais rude agora.

-Desculpe. Mas não é você quem decide isso. Uma vez que ela assinar os papéis para me passar a guarda, ele vai comigo. Eu o trarei e você continuará a ser a avó dele. Mas apenas isso. – por mais gentil e calma que a Sra Jones estivesse sendo agora que sua filha adoecera, ela nunca foi com a minha cara, nem com a de meu irmão. Achava que por preferirmos Londres, éramos pessoas do Mundo.

Como se isso fosse uma coisa ruim.

-Isso é inacreditável, você...

-Onde ela está? – perguntei e ela apenas apontou para o andar de cima. Dirigi-me, com Liam segurando miha mão fortemente, como se para mostrar que estava ali para mim. Segui os 'bips' das máquinas e entrei num quarto que mais parecia de hospital do que de uma casa no subúrbio.

-Juliana, eu não esperava que viesse hoje. – ela sorriu fracamente. Claire fez um gesto para que me aproximasse e eu me sentei na borda de sua cama, dando um beijo em sua bochecha em seguida. – trouxe os papéis? – ela perguntou.

-Eu preciso falar com o meu advogado primeiro.

-Eu não tenho muito tempo e não quero ninguém brigando pela guarda dele depois que eu morrer. – ela falava tão naturalmente, como se isso não fosse mais doloroso. Olhei para minhas mãos no meu colo, junto com a de Liam.

-Eu senti sua falta. – falei. – Você é a melhor pessoa que eu conheço, no fim das contas. – Liam tossiu e eu ri. – Tirando o Liam. – Nós três rimos.

-Eu lembro como éramos inseparáveis. – Claire comentou.

-O que eu lembro é de vocês duas jogando as bolas de basquete em mim. – Liam falou.

STOCKHOLM SYNDROME | H. STYLESOnde histórias criam vida. Descubra agora