Viver uma vida dupla parecia ser emocionante e divertido em filmes e novelas, mas para Jeon Yunna que vivenciava esse fato todos os dias, era totalmente ao contrário. Ela só não imaginava que um reencontro com Park Jimin pudesse mudar a sua realidad...
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Ooh, she's always been running from love
'Cause daddy didn't give her enough
But I can make the pain better
All I need is one more day with her
HER - Chase Atlentic
Perspectiva de Jeon Yunna
Aquele almoço tinha sido um dos mais tranquilos. Sempre era quando apenas nós três estávamos.
— Jungkook, eu queria esse pedaço! — Repreendo meu irmão, assim que ele pega o último pedaço do pudim de chocolate antes de mim. Ele está sentado à minha frente, minha mãe ao meu lado.
— Você queria. — Retruca ele, rindo.
— Mãe! Olha o Jungkook — então reclamo tampouco, tal como uma criança irritada, e minha mãe revira os olhos, segurando a colher prateada da sobremesa.
— Jungkook, já não comeu dois pedaços? O que custa deixar esse pra sua irmã? — Seu tom doce se mescla à o autoritário, e Jungkook embora emburrado, arrasta o pratinho branco em minha direção.
Tomo-o delicadamente com um sorriso mínimo nos lábios, porém vitorioso. Contudo, antes que eu pudesse levar um mísero pedaço do pudim à boca, meus olhos se lançam em meu irmão, o rosto aborrecido como uma criança.
E suspiro. O que eu não faria por ele mesmo?
— Tá! Eu divido com você também — falo com um tom entediante, dividindo o pedaço do pudim em dois, o deixando com um. Meu irmão recebe o pratinho tão jovialmente convencido, que o pudim parecia ter se transformado em barras de ouro.
— As vezes acho que vocês nunca vão deixar de ser criança. — Minha mãe diz, rindo um pouco.
Ultimamente, minha mãe vinha demostrando mais disposta e tranquila. Desde a nossa discussão ela não parecia tão rígida comigo, mesmo que pouco, suas atitudes constatavam uma suavidade visível; perante a mim, perante a Jungkook, isso de fato fazia com que eu me sentisse mais leve ao seu lado.
E, depois dela me flagrar passando mal no banheiro do meu quarto, sua preocupação notória cresceu sobre mim.
Sim, passar mal.
Perdi as contas de quantas vezes vomitei as tripas sempre que recordava da traição do meu pai, da cena hedionda em que ele beijou aquela mulher. Suas voz me dava ânsia, sua presença me causava náuseas constantes. Ficar perto dele, conviver com ele, sendo a única a saber do adultério era demais para mim, e para o meu estômago que insistia em se esvaziar a cada memória repulsiva.
