❛𝗩𝗔𝗟𝗘 𝗔 𝗣𝗘𝗡𝗔 𝗣𝗢𝗥 𝗩𝗢𝗖𝗘❜ 𝖺𝗂𝖽𝖺𝗇 𝗀𝖺𝗅𝗅𝖺𝗀𝗁𝖾𝗋

𝘤𝘩𝘢𝘱𝘵𝘦𝘳 𝘵𝘦𝘯.

𝘴/𝘯 𝘤𝘢́𝘳𝘵𝘦𝘳
𝘭𝘰𝘴 𝘢𝘯𝘨𝘦𝘭𝘦𝘴, 18 𝘥𝘦 𝘰𝘶𝘵𝘶𝘣𝘳𝘰

Olhei mais uma vez para aquela janela do hospital.
A mágoa em meu coração estava ainda mais dolorosa, e eu apenas queria que Aidan estivesse aqui comigo.

Eu não deveria ter falado que eu tinha uma notícia para dar à ele, talvez ele não tivesse ficado ansioso, e teria ficado em Orange, como fui idiota.

Lauren ja havia acordado, ela já foi ver Aidan junto com Rob, mas não conseguiu ver seu filho naquela situação deplorável.
Ela falou que Aidan estava com uma faixa em volta de suas costelas, e com curativos na parte do rosto, enquanto dormia calmamente naquela cama.

Queria vê-lo antes dele acordar, já que o médico alertou que seria melhor apenas os pais entrarem primeiro no quarto assim que ele acordar.

Não dormi bem, e sei que isso estava sendo um terror para a pequena semente que há em mim, a enfermeira já me alegou várias vezes que deveria descansar, mas não consegui.

-- Senhora Gallagher? -- uma enfermeira de roupas azuis, e cabelo escuros como corvo, apareceu na porta um pouco eufórica.

-- Sim? -- Lauren olhou para ela se levantando da poltrona, e logo me ajeitei na cama.

-- Seu filho acordou. -- a enfermeira falou com um sorriso -- O paciente acordou. -- ela falou.

Lauren ficou paralisada, e apenas conseguiu perguntar se era verdade, e que aquilo não seria um sonho.
Um sorriso se estampou nos lábios de Lauren, e seus olhos logo se encheram de lágrimas.

Os passos de Lauren de apressaram para fora do quarto, e ela logo não estava mais lá.

-- Meu Deus. -- murmurei para mim mesma pensando alto.

Voltei a realidade quando senti meus olhos se encherem de lágrimas, e logo tirei o cobertor de meu colo, colocando as pernas para fora da cama.

-- Ou, ou, ou. -- a enfermeira veio até mim segurando o meus ombros -- Calma senhorita, você não pode ir agora. -- ela falou tentando me acalmar.

-- Não, eu tenho que ir vê-lo, tenho que vê-lo. -- falei me levantando.

-- Calma, respira. -- ela falava me impedindo de ir até a porta, me fazendo olha-la.

Minha única opção era ceder para ela, se não seria pior para mim depois, e logo meu olhar parou no dela.

Minha respiração começou a acompanhar a dela, puxava o ar e soltava devagar, assim como ela, que me olhava com um sorriso agradável.

-- Isso, muito bem. -- ela acariciou meus ombros -- Olha, agora vou precisar que você fique aqui, para eu ver o paciente Aidan, está bem? -- ela falava calmamente, tentando me acalmar.

-- Mas eu preciso vê-lo... -- falei olhando em seus olhos, e ela logo começou a respirar fundo de novo com o seu método de relaxar, e por impulso comecei a fazer o mesmo que ela novamente.

Mesmo que estivesse nervosa agora, eu teria que optar em me acalmar com o método da enfermeira.

Ela soltou meu ombros, e me mandou espera no quarto mais uma vez, ela me olhou até que a porta de madeira clara do quarto me cobrisse completamente, e fazendo a mesma sair do ambiente, indo ver Aidan, e conversar com o doutor.

Soltei um suspiro longo, e me sentei na cama macia, coloquei as mãos em meu rosto, cansada, e frustrada.
Talvez não poderia ver Aidan hoje, e talvez ele tivesse perdido todas nossas memórias juntos.
Do nosso primeiro beijo, de quando e como nos conhecemos, de quando ele tomou coragem e me pediu em namoro, quando tivemos nossa primeira vez, ou quando foi nosso primeiro ano de namoro, e de todos os dias que passamos juntos que foram importantes para nós dois.

Meu coração apertava forte, de uma forma completamente dolorosa, o medo me corroía, assim como a ansiedade que tomava conta de meu ser.

Sentia meu corpo gelado, e minha cabeça doía, tudo o que eu via parecia turvo, quando olhava para o lado, ou para outro coisa, tudo ficava lento.
Me deitei na cama devagar, em forma de espera, talvez assim que conseguisse me acalmar, mas parecia que eu suava frio.

─────────────────────
Lauren Gallagher
Los Angeles, Califórnia
18 de outubro
─────────────────────
Meus pés se moveram em forma rápida até o quarto dele.
Nada a minha volta era relevante, apenas o meu filho tinha importância agora, eu tinha que vê-lo.

E o que mais me preocupava era, se ele iria se lembrar de mim ou Rob.

Meu coração bateu forte quando olhei para aquela janela, onde estava meu amável filho, segurando a mão de seu pai, enquanto o olhava com um sorriso genuíno.

Minhas mãos abriram a porta do quarto um pouco devagar, depois de eu ter respirado fundo, e me acalmado.
Minha cabeça invadiu o quarto, e logo em seguida meu corpo, e pude ver, depois de muito tempo, o olhar de meu filho em mim, e mais uma vez, meu coração se aqueceu por Aidan, que me olhou com um leve sorriso nos lábios.

Um sorriso veio ao meus lábios, e com isso minhas lágrimas, principalmente quando ele me chamou de mãe, e logo me convidou para um abraço, que eu estava ansiosamente aguardando do mesmo.
Rob me olhava sorrindo com lágrimas nos olhos, que não pararam mesmo com seus próprios dedos as retirando de seu rosto.

Andei até meu filho e o abracei igual quando o tive em mãos pela primeira vez na vida, delicadamente, e feliz.
Senti o choro de Aidan atingir minha jaqueta de tecido escura, e suas mãos apertarem minhas costas de um jeito calmo, e pude sentir minhas lágrimas caírem em meu rosto novamente, de alegria, e medo que senti por todo este tempo antes dele acordar.

Com cuidado, e saudade, beijei seu rosto em cada canto menos em seus machucados, que pareciam doloridos.

E o puxei para um abraço de novo, desta vez apertado, e logo levei minhas mãos até seu cabelo, acariciando o mesmo.

Senti os braços de Rob envolverem nós dois, em uma apertado, e caloroso abraço.
Ri por isso, mas ainda com as lágrimas em meu rosto, mas não tive a ousadia de estragar o momento mais perfeito que pude ter nesses últimos dias.

𖨁