Meu corpo todo doía, parecia ter sido atropelado por dez caminhões seguidos. Meus olhos ardiam e minha garganta estava seca. Me remexo, desconfortável, abrindo os olhos devagar, sentindo a claridade arder ainda mais a minha visão, me obrigando a fechar de novo. Após algumas tentativas, consigo abrir os olhos, olhando em volta, vendo o que parecia ser um quarto de hospital, e encostado na parede estava Russel, com o olhar preso em um papel que segurava. Ele sorria que nem bobo, com a mão na boca, me deixando curioso.
Eu estava em uma cama de hospital e ele estava sorrindo?! No mínimo eu esperava um show de lágrimas!
— Meu bem… você acordou! — Russel finalmente notou minha presença, vindo até mim e segurando minhas mãos, acariciando meu rosto em seguida. — Como se sente?
— Dolorido… mas bem… — Balbucio, respirando fundo, tentando arrumar uma posição confortável naquela cama de hospital, e Russel rapidamente me ajuda, endireitando os travesseiros e me ajudando a ficar sentado.
— Você me deixou preocupado… muito preocupado. Fiquei com medo de perder você. — Falou, o que me fez olhá-lo, um tanto quanto surpreso.
— Ficou…? — Senti meu coração bater mais rápido que o normal, minha respiração falhar. Isso não era normal, mas a cada vez que Russel estava perto de mim isso acontecia.
— Fiquei. — Afirmou, se aproximando mais e se sentando na beira da maca, segurando minha mão fortemente. — Você não é apenas um troféu para mim, Jaden. Você não é apenas o provedor de meus herdeiros. É meu esposo e… já tem um tempo que ando querendo te dizer, mas… com tanta coisa acontecendo eu nem tive tempo para parar e ter um momento apenas nosso. Eu amo você… e amo o nosso filho que está esperando. — Falou, sorrindo, fazendo meu queixo cair.
Eu acho que iria desmaiar de novo. Eu devo estar sonhando. Deve ser.
— Você… você disse… — Sacudo a cabeça. Eu devo estar ouvindo coisas. Ele riu, segurando meu rosto delicadamente com suas duas mãos, me beijando em seguida.
— Eu disse, Jaden, que amo você e ao nosso filho que está esperando. Vocês dois são a minha vida agora. — Declarou, e eu precisei respirar fundo, tomando fôlego e então pulando em seus braços, o ouvindo ri, abraçando meu corpo fortemente, como se não quisesse mais me soltar.
— Eu também… eu… — Tento falar, mas a vergonha fala mais alto, travando minhas palavras. Russel acariciou meu rosto, beijando minha testa.
— Não se preocupe, apenas descanse. — Falou, compreensivo. E então acabo lembrando do meu irmão.
— Oliver…! Ele…
— Ele vai ficar bem. — Falou, se colocando de pé.
— Eu quero vê-lo. — Peço e Russel não se opõe. Então ele me ajudou a descer da maca, me levando até o quarto onde Oliver estava. Avistei Jason sentado em uma cadeira, ao lado da cama onde meu irmão estava. Ele dormia, não me parecendo estar em uma posição confortável.
— Ele foi ferido na cabeça e fraturou a costela, além de ter inalado muita fumaça, mas vai ficar bem. Está fora de perigo. — Russel falou, me fazendo engolir em seco, me aproximando devagar da cama, segurando a mão de Oliver, gelada e imóvel, me deixando preocupado, mesmo Russel me dizendo que ele estava fora de perigo.
— Onde estão meus pais…? — Questiono, olhando para Russel.
— Seu pai foi avisar para sua mãe sobre sua gravidez e que ambos estão bem. — Assenti, então avistei Jason despertando, parecendo perdido, mas logo notando onde estava, notando minha presença.
Ele estava diferente. Não estava com aquele brilho irritante e confiante no olhar, não sorriu nenhuma vez e muito menos soltou suas piadinhas de mau gosto. Pelo contrário, se manteve em silêncio, se ajeitando na cadeira e permanecendo ali, fitando Oliver.
Poucos minutos depois, meus pais vieram ao hospital, me enchendo de abraços e beijos, palavras de preocupação e felicitações por não ter afetado minha gravidez. Allan chorou ao me abraçar, mas ela não demorou muito no hospital, pois sempre ficava enjoada com o cheiro do local. Tinha isso desde pequena. Então retornou para casa, dizendo que nos esperava para nossas conversas bobas em breve.
E após algumas horas naquele mesmo dia, Oliver se remexeu na cama. Um breve susto em todos nós, mas nos fazendo sorri logo em seguida. Oliver abriu os olhos, piscando algumas vezes, parecendo recobrar a consciência e olhando em volta, parando seu olhar em mim, sorrindo fraco.
— Eu ganhei. — Falou, com a voz fraca e sorrindo levemente, me fazendo chorar em meio ao riso, indo até ele e o abraçando, o que fez ele gemer baixinho de dor, mas não reclamou. Então o ajudo a se sentar na cama, vendo Jason também ajudá-lo, me deixando desconfiado. Ainda não o perdoei por tudo que ele fez e não vai ser esses pequenos gestos que vai me fazer mudar de ideia.
— Tem alguém que sentiu sua falta! — Papai exclamou, adentrando o quarto e trazendo suas mãos para a frente do corpo que antes estavam escondidas, exibindo o coelhinho de penugem dourada. Oliver cobriu a boca com as mãos, com os olhos enchendo de lágrimas e logo estendendo as mãos para meu pai.
— Meu bebê! — Oliver exclamou, com a voz chorosa, e então meu pai entregou a pequena bolinha de pelos nos braços de Oliver, que o acomodou em seu colo, lhe fazendo um carinho.
— Você me assustou. Nunca mais faça isso. — Aponto e ele me olha, sorrindo levemente.
— Desculpa… quando eu vou poder sair daqui? — Questionou, em um suspiro exausto.
— Não agora. — Jason falou, chamando a atenção de Oliver, que logo fechou seu sorriso, o olhando seriamente. — Você ainda não se recuperou totalmente. Precisa ficar mais alguns dias em observação. — Informou, e Oliver não falou nada, apenas assentiu, voltando a dá atenção para seu coelhinho, que sempre ficava quietinho e comportado nos braços do dono.
— Filho… — Nosso pai se aproximou, com um tom melancólico, e Oliver sorriu, o olhando. — Meu bebê… sei o quão corajoso você é, vocês dois são, mas nunca mais se machuque tanto assim. Meu coração não aguenta! — Exclamou e Oliver riu fraco, segurando a mão de nosso pai, beijando o dorso.
— Eu te amo, papai. Desculpa… não quis deixá-los preocupados. Mas Jaden não podia se machucar. Ele está grávido… ele ainda está, né? — Falou, me olhando com preocupação. Sorri, pousando as mãos em minha barriga, assentindo, notando o alívio em seu olhar.
— Estou… — Murmuro, me acomodando ao seu lado, o abraçando de lado e fazendo um carinho no Sr. Freddy.
Eu praticamente fiquei mais tempo no quarto de Oliver até receber alta do que no meu.
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N/A: Próximo capítulo será o Epílogo
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SECRETAMENTE - A Ascensão do Alto Escalão (Romance Gay)
Romance*Série Independente* Spin-off de Até Que A Morte Nos Separe II "Tudo! Tudo pode dá errado! Não, não! Tudo já deu errado! Me remexo, desconfortável, sentindo minha cabeça doer como o inferno. Eu nunca havia bebido tanto na minha vida e certamente n...