SECRETAMENTE - A Ascensão do Alto Escalão (Romance Gay)

❀ CAPÍTULO - NOVE ❀

Eu tive que aguentar a crise de risos de Jason por longos e intermináveis 5 minutos após eu explicar que acordei casado com Jaden sem lembrar de absolutamente nada.

Ele estava deitado no sofá, com a mão na barriga e chorando de ri, enquanto eu estava de cara fechada, irritado, esperando o surto dele passar.

— Espera… espera…! Eu achei que eu tinha extrapolado, mas você me superou completamente! Casado?! Cara, nem se eu estivesse podre de bêbado isso iria me acontecer! Nenhum álcool no mundo me faria colocar uma aliança gigante dessa em meu dedo. — Falou, tendo mais uma crise histérica de risos.

— Dá para você parar?! Isso é sério, Jason! — Exclamo, irritado.

— Por que não se divorciou ainda?

— Como?! O divórcio mais rápido que me ofereceram em Las Vegas foi dentro de três dias no cartório. E eu já estava em cima da hora para viajar e ele também. — Falo, passando as mãos nos cabelos nervosamente.

— Você fica bem com aliança de ouro. — Provocou, o que me fez o encarar seriamente.

— Não brinca com isso, Jason!

— Estou falando sério. Olha, você é um homem completo, você domina esse mundo, Russel. A aliança de ouro te passa ainda mais essa imagem de poder e autonomia. Talvez agora eu entenda um pouco a ideia de te exigirem um casamento para reforçar seu poder. Te deixa estranhamente mais imponente. — Falou, o que me fez revirar os olhos.

— Mas esse casamento não conta porque foi completamente sem pé nem cabeça e precisa acabar urgentemente! — Exclamo, nervoso. Ele deu de ombros, voltando a se sentar.

— Retorne para Las Vegas e termine isso. — Ditou, me fazendo encará-lo.

— Como se fosse simples assim. Não posso abandonar tudo aqui de uma hora para outra. Sabe como funciona. — Resmungo, suspirando, retirando a aliança do meu dedo, a observando por um tempo e então pegando meu celular, resolvendo ligar para Jaden e buscar pôr um ponto final nessa droga toda. Nem que eu tenha que fazer nessa cidade mesmo. Mas eu faria. No entanto, ele não me atendeu, o que me fez estranhar, tentando outra vez, mas novamente caiu na caixa postal. Mando mensagem para ele, mas o mesmo não estava online.

Ótimo…

Resolvo voltar aos meus afazeres e lidar com isso depois. Passei o restante do dia no trabalho até finalmente poder me jogar na cama e apagar completamente até o dia seguinte.

Jaden havia finalmente dado sinal de vida no dia seguinte. Mas foi uma resposta vaga do tipo "precisamos conversar", como se isso não fosse completamente óbvio. Chega a ser patético.

— Russel…! — Jaden adentrou minha casa rapidamente nervoso, mas foi barrado por dois soldados que agiram rápido e apontando suas armas para ele.

Se eles soubessem que estamos casados… já estariam mortos por agirem assim.

— Deixem ele passar. — Ordeno e assim eles fazem. — Perdão pela má recepção, mas você veio sem me avisar antes. — Falo e ele balança a cabeça em negativa, como se não se importasse com isso.

— Dane-se isso! Meu pai descobriu tudo. — Falou, o que me fez encará-lo rapidamente.

— O quê?! Como?!

— Ele ouviu eu conversando com minha irmã e comentando que havia me casado em Las Vegas, mas ele não ouviu com quem…! — Exclamou, começando a chorar, andando de um lado para o outro em completo nervosismo. — Ouça… eu quase fiquei de castigo, quase fui deserdado! Ele me mandou resolver isso e foi para isso que eu vim.

— Ótimo. Vamos nos separar. — Falo, mas ele nega, chamando minha atenção.

— Não posso me separar. — Falou, agora me fazendo estreitar o olhar, tentando manter meu controle.

— Como é?

— Russel… eu perdi minha virgindade com você. Eu me casei legalmente com você. Se eu abandonar tudo isso serei deserdado por desonra à família e você melhor do que ninguém sabe como funcionam essas coisas! Acha que eu queria chegar a esse ponto?! Eu nem sequer dormi à noite pensando nisso, mas eu não posso me separar e perder tudo. — Disparou, o que me fez respirar fundo, cruzando os braços.

— E o que você sugere? Assumir nosso casamento bizarro para todo mundo e vivermos juntos como um casal? — Questiono, vendo ele passar alguns segundos refletindo na minha pergunta.

— Você falando assim me parece assustador, mas sim. É isso que eu sugiro. Não vou abrir mão da minha vida inteira por um maldito erro nosso. Você também errou. Errou feio e pior de tudo é você não sofrer nenhum dano se esse casamento chegar ao fim! — Exclamou, nervoso. Suspiro, encarando Jaden e tentando realmente não matá-lo de vez. Mas ao saber que ele é um Foster, não poderia fazer isso.

— Você é homem. Não precisa se preocupar com virgindade. — Resmungo, impaciente. Ele fez uma careta, balançando a cabeça.

— Preciso, porque eu não estou dentro do treinamento comum dos homens. Eu posso… engravidar, então… — Balbuciou, o que me fez arregalar os olhos.

— Você o quê?! Não me diga que está…

— Não! Por Deus, homem! Óbvio que não. Eu fiz todos os exames necessários e estou bem. Mas minha família me trata com mais delicadeza por conta disso. Bom, o objetivo dos casamentos dentro do nosso mundo são para gerar herdeiros acima de qualquer outra coisa, por isso não teria problema em sermos dois homens… eu acho. Olha, eu já estou confuso o suficiente, então por favor… fala alguma coisa em relação a isso! — Pediu, em desespero, o que me fez respirar fundo, buscando manter minha sanidade intacta, se é que ela ainda existe.

— Isso é loucura… não poderia ser um casamento feito dessa forma… mas você tem razão, o objetivo do casamento na máfia é para gerar herdeiros e você… — Caminho pelo escritório, de braços cruzados, tentando concluir meu raciocínio e ver todas as possibilidades, boas e ruins — você é filho de um homem bastante influente no nosso meio e fora dele… — Me viro para olhá-lo — Além da aliança de poder, o que você tem a me oferecer? — Questiono, vendo ele ficar em silêncio, pensativo.

— Eu sei me defender! Bom… ao menos eu sei o básico da coisa. Não precisa se preocupar tanto comigo.

— Fez formação de quê? — Questiono e ele me olha, parecendo surpreso.

— Isso importa?

— Mais do que você imagina. — Ele suspirou, e notei a ousadia ao se sentar em minha cadeira de couro, atrás da minha mesa, chamando minha atenção. Ele cruzou as pernas e me olhou com um sorriso presunçoso.

Não acredito que estou cogitando conviver com esse garoto…