*Série Independente*
Spin-off de Até Que A Morte Nos Separe II
"Tudo!
Tudo pode dá errado!
Não, não! Tudo já deu errado!
Me remexo, desconfortável, sentindo minha cabeça doer como o inferno. Eu nunca havia bebido tanto na minha vida e certamente n...
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Limpo a garganta, finalmente fazendo ele notar minha presença. Ele gritou, ofegante, puxando o edredom para se cobrir rapidamente, me encarando com espanto.
— Q-quem é você?! — Questionou, o que me fez sorri sem humor, o olhando.
— Bela atuação. — Aponto e ele me encara confuso.
— Do que está falando? Onde eu estou? O que aconteceu? — Disparou, assustado e olhando em volta.
— Ah, então não sabe quem eu sou, nem o que aconteceu aqui? Claro… porque você é um inocente que não planejou nada disso, não é? — Falo, com total escárnio, já ficando impaciente. Ele sacudiu a cabeça, se levantando rapidamente e catando suas roupas, vestindo a camisa cor-de-rosa bebê e a cueca branca, me olhando em seguida com pavor em seu olhar. E admiro sua coragem ao vê-lo se aproximar de mim, em passos vacilantes e pernas trêmulas.
— O-ouça… eu não sei o que aconteceu. Mas por favor, não pode contar isso a ninguém…! Por favor… — Pediu, o que me fez estreitar o olhar, agora tentando entender se isso era mais um jogo dele.
— Já olhou para sua mão esquerda? — Insinuo e ele me encara sem entender, olhando para sua mão em seguida e arregalando os olhos instantaneamente. Aquela aliança não era nenhum pouco humilde e certamente o brilho do diamante poderia ser vista a quilômetros de distância.
— C-como isso…?! Como isso veio parar no meu dedo?! — Exclamou, nervoso, praticamente em pânico.
— Estou me fazendo a mesma pergunta. — Falo, exibindo a aliança idêntica em meu dedo. Ele olhou da aliança para mim incontáveis vezes, alternando seu olhar e tentando assimilar se aquilo era real ou não.
— Eu não… eu não… isso não pode ter acontecido. Eu não posso estar casado da noite para o dia! Meus pais vão me matar…!
— Eles não são os únicos… — Resmungo, irritado, vendo ele andar de um lado para o outro, com as mãos na cabeça em completo desespero, o que me fez cogitar a possibilidade de que isso não foi uma armação, mas a suspeita ainda permanece.
— Isso não está acontecendo… isso não está acontecendo… isso não está acontecendo…! — Ele murmurava, nervoso e sem parar um só segundo.
— Cala essa boca! Está me deixando ainda mais com dor de cabeça! — Ralho, impaciente, vendo ele parar de andar, se sentando no chão, encostado na cama e abraçando seus joelhos, começando a chorar. Fecho meus olhos, buscando um pingo de lucidez que existia em mim, para não surtar completamente e matá-lo de vez. — Ouça… — Chamo sua atenção. Ele funga, me olhando rapidamente, com um bico formado nos lábios. — Vamos pedir o divórcio da forma mais rápida possível, e então pronto. Fingimos que nada aconteceu. E se você abrir a boca, eu mato você. Entendeu? — Falo, tranquilamente, e sua expressão de tristeza de repente se transforma em raiva, vendo ele se levantar rapidamente, me encarando.
— Acha que eu quero espalhar esse desastre para todo mundo?! Se descobrem, eu estou morto! E acredite, você chegaria tarde para tentar me assassinar! Eu não posso chegar nesse estado em casa! Eu preciso viajar ainda hoje! Você acha mesmo que eu queria acordar casado com um completo estranho?! — Disparou, em completa fúria. Mas sua voz não era alta ou grossa o suficiente para intimidar alguém. No máximo, ele assustaria uma criança.
— Baixa o tom, garoto. Não está falando com qualquer um! — Aponto, impaciente. Ele bufou, me virando às costas e olhando em volta, seguindo em direção ao frigobar e pegando uma garrafa com água, a abrindo e tomando rapidamente, metade do líquido.
— Pouco me importa com quem diabos estou falando! Eu sabia! Eu sabia que não devia ter escutado a maluca da minha irmã! Eu sabia que não devia ter bebido! Eu sabia! Mas não…! — Praguejou, andando de um lado para o outro enquanto bebia a água rapidamente, mas então parou de andar repentinamente, tocando sua barriga e correndo para o banheiro, vomitando.
Felizmente, a fase de vomitar por conta da ressaca já passou para mim. Quem é fraco para beber sem dúvidas sente muito mais os efeitos do dia seguinte.
— Ok… divórcio… parece um bom plano. — Balbuciou, após lavar a boca e retornar para o quarto, passando as mãos nos cabelos nervosamente. Seu olhar era puro pavor, perdido, certamente ainda tentando assimilar o que estava acontecendo.
— Ótimo. Arrume-se adequadamente. Iremos agora mesmo tratar isso. — Falo e ele assente, olhando em volta e procurando por sua calça, a encontrando debaixo da cama.
— Como diabos você foi parar aí?! — Ouço ele resmungar, ficando de quatro no chão e alcançando a calça junto com um dos seus tênis.
Não deixo passar despercebido que nem mesmo a cueca branca escondia as marcas em sua bunda e a região avermelhada, o que me fez sorri discretamente, ajeitando o relógio em meu pulso enquanto ele se vestia desastrosamente.
— Pronto! — Exclamou, pegando uma mochila preta e pequena, com um brilho suave, e tirando uma touca cinza de dentro, a colocando na cabeça, escondendo seus cachos amassados e alguns desfeitos.
— Vamos. Não tenho muito tempo. — Falo, já me encaminhando para fora do quarto e que logo notei ser de um motel.