Capítulo 13

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Sentamos na grama embaixo de uma árvore, o tempo estava nublado prometendo chuva. Parece que até o destino queria deixar o clima mais dramático.

-Aqui! – eu tirei uma cerveja do saco e dei para ele, depois peguei uma para mim.

-É aqui o seu ótimo lugar? – ele perguntou e eu ri.

-O que foi? Não está a sua altura? – eu disse e ele revirou os olhos, dando um meio sorriso. Ele era muito bonito.

-... – ele abriu a garrafa e tomou um gole, depois parou e olhou para o horizonte.

-Dá para ver uma boa parte da cidade daqui de cima – eu comentei – E é meio escondido, então eu sempre vinha para cá quando queria fugir das pessoas.

-Já que eu estou no seu esconderijo, significa que não quer fugir de mim? – ele me olhou e eu pensei um pouco.

-Eu acho que eu quero fugir com você – eu disse e ele parecia ter ficado surpreso – Te deixei sem jeito? – eu sorri vitoriosa.

-Você não me conhece, acho que não está pensando direito – ele disse me olhando e eu me virei na direção dele.

-Eu sei que você esconde algo sério – eu disse normalmente – Mas mesmo assim eu quero ficar, é idiotice?

-É! – ele bebeu um gole da cerveja dele. Eu respirei fundo, abri minha cerveja e bebi um gole também.

-Por que está comigo então? – eu perguntei – Você praticamente me diz que é uma péssima ideia ficar com você, então porque não me abandona?

-... – nosso olhar ficou fixo um no outro, era como se tivéssemos uma conexão.

-É difícil explicar – ele desviou o olhar e bebeu mais um gole, eu olhei para o lado e suspirei para tentar me recompor.

-Não pode tentar? – eu comecei a dizer – Eu sei do nosso acordo, mas acho que mereço uma resposta.

-Já amou alguém? – ele perguntou e eu arqueei um pouco a sobrancelha.

-Por que pergunta? – eu rebati.

-Apenas curiosidade – ele disse sem olhar para mim.

-Vai dizer que me ama por acaso? – eu perguntei num tom de brincadeira e ele me olhou de imediato – Calma, eu sei que não irá dizer isso – eu sorri e bebi um gole da minha cerveja.

-... – ficamos em silêncio por alguns segundos, acho que ele não achou muita graça na minha brincadeira.

-Sinto muito por não poder mudar o passado – seu tom de voz mudou, parecia que ele estava de certa forma triste.

-Por que diz isso? – eu o olhei – Está se referindo a mim ou a você?

-A nós – ele respondeu – Muitas coisas não podem ser consertadas, mesmo que tenhamos nos arrependido.

-Por que odeia seu pai? – eu perguntei sem rodeios e ele ficou em silêncio – Passei dos limites?

-Sim – ele bebeu mais um gole e eu me aproximei dele de repente.

-Por que está comigo, Hoseok? – eu o encarei e ele desviou o olhar – Por que não consegue me olhar quando eu pergunto algo assim? Por que eu nem posso dizer seu nome verdadeiro?

-Agnes... – ele ameaçou levantar e eu segurei sua perna.

-Eu quero confiar em você, mesmo não sabendo de tudo – eu disse cruzando as pernas e ficando de frente para ele – Se me disser que posso confiar em você, eu escolherei ficar... Eu realmente senti pela primeira vez que existe destino, não é possível termos tido tantos reencontros, de tantas maneiras diferentes.

-Eu não consigo dizer que você deve confiar em mim – ele disse e eu me afastei um pouco.

Respirei fundo e olhei para o lado. Ele apenas me olhava, como se tentasse decifrar o que eu estava pensando.

-Eu disse que iria com você ver seu pai – eu levantei e ele parecia meio confuso – É nosso último encontro, não nos veremos mais.

-Agnes... – ele levantou e se aproximou de mim, mas eu me afastei.

-Eu não quero levar isso adiante se não tiver futuro – eu disse seca e ele olhou para cima – Eu não quero saber dos seus traumas, seus medos e inseguranças – eu fiz uma pausa – Eu só queria algo, mesmo que inútil, a que eu pudesse me agarrar para continuar com essa loucura que é desejar te vendo.

-Eu te levo para casa – ele pegou os capacetes do chão.

-Não, vamos para o hospital – eu rebati – Você disse que precisava de mim, eu estou agora aqui por você.

-... – ele ficou em silêncio, era impossível saber o que se passava na mente desse homem.

-Já bebeu o suficiente para irmos? – eu peguei a sacola do chão e ele concordou – Ótimo! – eu forcei um sorriso e fui em direção a moto.

Continua...

De frente ao desconhecido (Fanfic Hoseok)Onde histórias criam vida. Descubra agora