Capítulo 36

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Fazia uns dias desde que eu tinha visto o Hoseok pela última vez, e depois que nos despedimos, choveu. O que me deixou com um mau pressentimento. Quase todos os dias ruins da minha vida foram marcados com chuva, talvez fosse muita paranoia, ou muita coincidência.

Estava olhando a previsão do tempo no meu celular e tinha chuva prevista para semana toda, que maravilha. Meus pensamentos foram interrompidos com uma ligação, era a Andrade, eu pensei que ela realmente tinha esquecido de mim.

-Agnes, me escuta – ela disse meio apressada – Eu consegui a cópia do seu depoimento depois que você saiu do hospital.

-Eu não estou... – eu comecei a dizer, mas ela me cortou.

-Você disse para o policial que viu uma flor – ela disse – Uma flor rosa nas costas do homem, abaixo do ombro.

-O que... – minha cabeça deu uma pontada muito forte e eu larguei o celular no chão.

Flashback on

-Vamos comprar o pirulito, mas você não pode contar para a mamãe sobre isso, entendeu? – eu disse olhando para ela.

-Sim – ela sorriu fofa e eu sorri de volta.

Dei a mão a ela e fomos em direção ao mercado que eu tinha visto quando passei ontem com o papai. De repente ouço alguém me chamar, era ele, aquele menino que conheci há poucos dias.

-Para onde estão indo? – ele nos parou e eu abaixei a cabeça.

-A Rebeca quer pirulito, só viemos comprar, já estamos voltando para casa – eu disse e voltei a andar.

-Eu conheço um lugar mais perto, me segue – ele disse e eu concordei animada. Mesmo com a mamãe não gostando dele, eu gostava.

Andamos um pouco e eu não sabia mais onde eu estava. Fiquei preocupada.

-Eu quero voltar para casa! – eu disse aflita – Mamãe não vai gostar disso.

Alguém puxou a Rebeca de mim e quando eu virei, fui acertada por algo na cabeça, doeu muito e eu cai no chão meio tonta. Ouvi o choro da Rebeca, mas todos os sons estavam meio distorcidos. Tentei focar, mas a última coisa que eu lembro de ter visto foi o menino levando a Rebeca acompanhando de outro rapaz.

Flashback off

-Não! Isso é impossível! – eu levantei do sofá com o coração acelerado – Não foi o Hoseok que fez isso!

Peguei o celular de novo e a ligação já estava encerrada. Chamei o táxi e fui para casa dele, eu precisava encontra-lo e conversar com ele, não era possível, tinha algo errado com minha memória.

Eu estava tão perturbada que ignorei todo o perigo do beco e fui diretamente para casa dele, assim que cheguei na porta, ela estava entreaberta.

-Hoseok? – eu o chamei e entrei, mas não houve resposta.

As coisas estavam bagunçadas, havia caixas reviradas, com certeza algo de errado tinha acontecido ali. Notei que havia fotos no chão, me aproximei delas e notei que eram fotos minhas, do dia a dia.

-Que porra é essa? – eu peguei todas as fotos e fui olhando.

Comecei a revirar todas as caixas possíveis em busca de algo, mas quando a pulseira caiu no chão e eu me abaixei para pegar, desmoronei ali mesmo, o fecho da pulseira era prata, exatamente como minha tia tinha descrito.

Eu estava completamente apática, nem chorar eu conseguia. O embrulho no estômago voltou e eu corri para o vaso sanitário para vomitar. Fiquei jogada lá, enquanto tentar engolir os fatos, de repente meu celular toca, era um número desconhecido.

-Alô? – eu perguntei quase sem voz.

-Vejo que valeu a pena ter dado uma dica para a Andrade – uma voz conhecida falou – Você realmente foi atrás do Hoseok.

-Yan? – eu finalmente processei o que estava acontecendo.

-Você finalmente lembra o que aconteceu naquele dia? – ele questionou – Eu tenho que pedir desculpas pela pedrada, Ramiro quase me matou quando descobriu.

-Que diabos você quer? – eu gritei.

-Seu coração deve estar partido também, já que agora você sabe que o Hoseok participou da morte da sua irmã – ele disse com um tom alegre.

-Você acha que vai escapar disso? – eu falei com raiva – Eu vou te perseguir até o inferno, se for necessário

-Vamos ver até onde vai sua determinação – ele falou e eu fiquei confusa – Hoseok está comigo, você vai decidir o futuro dele.

-Yan! – eu falei mais séria.

-Você tem quatro horas para vir aqui ou ele irá morrer queimado igual seus pais – ele disse e eu senti meu coração sair pela boca.

-Yan! – eu gritei aflita.

-Você não precisa vir, é sua chance de manda-lo direto para o inferno – ele disse – Ah, não se esqueça de vir sozinha... Se eu ver alguém com você, seu amado morre na hora.

Continua...

De frente ao desconhecido (Fanfic Hoseok)Onde histórias criam vida. Descubra agora