Capítulo 35

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-Quem é você? – eu tirei o pirulito da boca – Você estava com aquele homem que irritou a mamãe.

-Somos como irmãos – ele disse e eu ri.

-Não seja ridículo! – eu o encarei – Eu não tenho um irmão homem.

-Agnes! – eu ouvi um grito e me virei – Volta aqui agora!

-Tenho que ir – eu disse saindo, mas ele segurou meu braço.

-Como é o nome da sua irmã? – ele perguntou.

-Rebeca – eu respondi normalmente. Mas minha mãe me disse para ficar longe dele.

Ele soltou meu braço e eu corri de volta para minha mãe.

-Você está proibida de sair de casa, entendeu? – ela me deu um sermão e eu abaixei a cabeça – E não fale com aquele menino, eu não gosto dele.

Acordei com a luz na minha cara. Droga, eu esqueci de fechar a cortina. Na verdade, o Hoseok que sempre fechava, mas ele não estava mais aqui.

Levantei e tomei um banho para ir trabalhar, na verdade eu só queria me esconder na cama o dia todo, mas depois de tanta decepção eu meio que estou acostumada a me forçar a seguir em frente. Mas tinha algo diferente dessa vez, eu estava realmente me sentindo sozinha, o Hope faz falta e eu detesto admitir, ainda mais ele aparecendo até nos meus sonhos.

Ele não me ligou, não sei se ele é orgulhoso, ou se quer apenas me dar um tempo, tanto faz também, eu não me importo. Meu celular de repente tocou e eu corri para ver quem era, era o Detetive Potter.

-Alô? – eu disse assim que atendi.

-Eu estou na sua porta agora, podemos conversar? – ele questionou e eu suspirei fundo.

-Eu tenho que trabalhar em breve – eu disse tentando fugir.

-Serei rápido – ele disse e ficou quase impossível negar.

Andei até a porta e a abri, o convidando para se sentar.

-Eu tentei falar com sua tia, mas não consegui – ele disse e eu concordei incomodada – Eu consegui falar com a filha dela, e ela me disse que sua tia voltou para a cidade natal.

-Sim – eu respondi seca e ele coçou a garganta.

-Eu conversei com um colega que estava no caso do incêndio que matou seus pais – ele disse e eu o encarei – Ele me garantiu, a perícia indicou incêndio criminoso, mas o detetive da época sumiu com o laudo.

-O que? – eu fiquei um pouco apreensiva – Mataram meus pais? Na verdade, tentaram matar toda a família.

-Na verdade, no dia que conversamos no café, você saiu com pressa e eu não consegui te dizer – ele disse e eu me inclinei um pouco – Quando os bombeiros chegaram, você não estava dentro de casa.

-... – meus olhos arregalaram – Como assim? Minha tia disse que um bombeiro me salvou.

-Você foi retirada no meio do incêndio, havia uma queimadura nas suas costas, mas pela quantidade que você inalou de fumaça, significou que você saiu bem rápido desde que o fogo começou – ele disse e minha mente começou a dar um nó.

-Eu não consigo me lembrar bem do que aconteceu – eu disse o encarando – Um homem! – eu exclamei – Um homem me salvou, mas eu não consigo lembrar de nada dele.

-Um homem... – o detetive pareceu pensar – O que houve depois?

-Eu apaguei, quando acordei eu já estava num hospital – eu disse me forçando a lembrar.

-Houve um intervalo de três anos entre o sumiço de Rebeca e do incêndio – ele disse e eu concordei.

-É muito tempo, as chances são baixas dessas coisas estarem interligadas, não é? – eu perguntei e ele não me deu uma resposta.

-É difícil dizer – ele falou e eu respirei fundo.

-Por favor – eu disse tocando no braço dele – Me ajude a descobrir a verdade.

-... – ele balançou a cabeça e deu um sorriso simpático.

[...]

O expediente acabou e eu estava fechando o restaurante sozinha, já que o Hélio estava de folga hoje. Senti alguém me olhando e quando eu me virei lá estava ele, mesmo que eu estivesse magoada, foi impossível não ir até sua direção.

Parei na sua frente e Hoseok tirou o capacete, ficamos nos olhando por alguns segundos, até alguém tomar coragem de falar.

-Você está bem? – ele perguntou e eu queria desabar ali mesmo, mas eu não podia.

-Sim – eu disse distante e ele assentiu, me entregando uma caixa.

-O que é isso? – eu olhei para o objeto.

-Um colar, eu comprei há pouco tempo, combina com você – ele disse e eu fiquei em silêncio – Eu vou te dar o tempo que precisar, mas por favor, não desista de mim.

Ele se aproximou de mim e eu deixei.

-Mesmo agora, eu não consigo ignorar meus sentimentos por você – eu o olhei nos olhos – Se mantenha longe por um tempo, mas não suma.

-Não se preocupe – ele tocou no meu rosto – Basta você me chamar e eu virei até você – ele me beijou e eu correspondi.

Continua...

De frente ao desconhecido (Fanfic Hoseok)Onde histórias criam vida. Descubra agora