Estava me arrumando para trabalhar, quando ouço a porta abrir, fui até a sala e Morgana estava jogada no sofá.
-Você sumiu por dois dias! – eu disse estressada e ela me olhou.
-Bom dia para você também – ela disse e eu suspirei.
-Se for para você me dar mais uma preocupação, acho melhor você ir embora daqui – eu disse séria e ela se sentou.
-Ave! Calma! – ela disse defensiva – Eu só estava numa festa, acabou durando mais que eu pensei – ela fez uma pausa – E eu te mandei uma mensagem.
-Você me mandou uma mensagem dizendo "estou bem" – eu rebati – E não atendeu nenhuma ligação.
-Eu não ouvi, o celular descarregou, sei lá – ela disse e eu concordei.
-Tanto faz – eu disse e respirei fundo.
-O que houve? Você parece irritada – ela disse e eu mudei a feição.
-Eu tenho zero motivos para isso, não é? – eu peguei meu celular sobre a mesinha de centro – Estou indo trabalhar.
Sai de casa e decidir ir andando para espairecer, essa semana não poderia estar pior. Meu celular tocou, era um número desconhecido, rejeitei mas, ligaram de novo logo em seguida, decidir atender e infelizmente admito que esperei que fosse uma pessoa específica.
-Agnes? – ela disse assim que eu atendi – Aqui é a produtora Andrade – ela disse rápido – Não desligue.
-O que foi dessa vez? – eu respondi impaciente – Eu não vou fazer uma entrevista sobre a Rebeca.
-Eu sei – ela falou – Mas eu descobri uma coisa que pode ajudar no caso dela.
-Da última vez que você me deu esperança desse jeito, eu tive que voltar para a terapia – eu disse séria – Então não, obrigada.
-Acharam restos mortais de uma criança semana passada, mas eles ainda não conseguiram identificar – ela disse e eu senti meu coração apertar.
-Você me ligou para dizer isso? – eu disse meio angustiada.
-Até hoje, o sequestro da sua irmã é um caso sem explicação – ela falou – Sua família não tinha dinheiro, nunca pediram resgaste dela, simplesmente sumiu.
-Se isso é tudo... – eu ameacei desligar.
-Você é a única testemunha do sequestro dela – ela disse e as memórias começaram a passar pela minha mente – Eu sei que a polícia não acreditou em você, porque você tinha apenas dez anos e bateram na sua cabeça com força – ela fez uma pausa – Mas eu acredito, por favor, aceite a entrevista.
Flashback on
Rebeca estava de mãos dadas comigo, quando de repente uma pessoa a puxa de mim e assim que me virei, sinto algo acertar minha cabeça com muita força e eu cai no chão. Não fiquei inconsciente de vez, minha visão estava turva e eu estava sentindo muita dor, mas mesmo assim consegui ver o homem a levando enquanto ela chorava, até eu apagar de vez.
Flashback off
-Você mencionou que o homem tinha uma tatuagem, certo? – a produtora insistiu – Mas isso não está na declaração oficial.
-Minha memória de infância não é mais confiável, você sabe disso – eu disse um pouco mexida.
-Se mudar de ideia, por favor, não deixe de me ligar – ela disse e eu olhei para cima, para não chorar.
-Okay, eu irei pensar – eu disse rápido, para ela não notar meu tom de choro.
-Sua irmã merece descansar, Agnes – ela disse e uma lágrima desceu pelo meu rosto.
Eu desliguei o celular e respirei fundo.
-Acharam restos mortais, mas não significam que é a Rebeca – eu disse para mim mesma – Eu preciso apenas seguir em frente.
Assim que cheguei no restaurante, fui no vestiário me arrumar e saí para ajudar a servir as mesas com o Hélio. O movimento estava fraco, então sentamos no cantinho e ficamos conversando.
-Você está calada hoje – ele comentou e eu assenti.
-Eu estou bem – eu disse e ele suspirou.
-Eu acho que essa frase virou um vício seu – ele disse e eu dei um meio sorriso.
-Lamentar todo dia não vai trazer nada do que eu perdi de volta – eu respondi e ele me olhou, aquele olhar de pena dele acabava comigo. Mesmo não sendo intencional.
-Fingir estar bem, não irá te deixar bem também – ele disse e a porta do restaurante abriu.
Hélio foi recepcionar o cliente e assim que eu bati o olho nele, era ele, o Hoseok. No impulso, eu acabei levantando da cadeira e acho que essa minha reação ficou óbvia.
-Ela! – ele apontou para mim – Eu quero que ela me atenda!
Continua...
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De frente ao desconhecido (Fanfic Hoseok)
FanficApós uma infância traumática, Agnes decide seguir em frente e tenta levar uma vida mais comum possível como funcionária de um restaurante popular. Porém, após um incidente inesperado, ela se vê obrigada a encarar seus problemas de frente enquanto de...