Capítulo 41

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Fazia dois dias que eu estava no hospital e finalmente eu estava autorizada para fazer uma caminhada. Ficar no mesmo espaço que o Hélio e a Morgana estava quase me fazendo surtar.

Fui para área verde do hospital e me sentei no banco, eu precisava espairecer um pouco, hoje era dia do meu depoimento e eu ainda não sabia exatamente o que dizer. Eu realmente devo ser honesta sobre tudo?

-Ei! – uma voz conhecida falou e quando eu virei era ele. Eu quase pensei em fugir, mas me contive.

Ele parou a cadeira de rodas do meu lado, seu joelho estava com um imobilizador. Desviei o olhar após analisar o suficiente.

-Você me conhece, não é? – ele perguntou, e pelo seu tom de voz eu sabia que ele estava alegre.

-... – fiquei em silêncio.

-Ninguém veio me visitar, eu não tenho pais? – ele perguntou e eu o olhei – Eu não sou da cidade?

-Não sei – eu respondi seca e ele pareceu desapontado.

-Você não gosta de mim? – ele disse e eu olhei para frente. Ver ele assim, estava mexendo comigo.

-A gente não se conhece – eu insisti.

-Mentirosa – ele disse e eu arqueei as sobrancelhas – A enfermeira me disse que você chorou para me ver.

-Fofoqueira – eu pensei comigo mesma.

-O que aconteceu? Eu não consigo lembrar, é meio frustrante – ele disse e eu suspirei fundo.

Por que ele tinha que esquecer de tudo? Isso é um castigo ou uma benção?

-Por que você acha que eu saberia o que aconteceu com você? – eu disse séria – Só demos entrada juntos no hospital.

-... – ele ficou em silêncio, parecia triste. Eu estava ficando um pouco ansiosa.

-Você devia descansar – eu disse levantando e ele segurou meu braço.

-Amuleto de sorte? – ele perguntou.

-O que disse? – eu arregalei um pouco os olhos.

-É só nisso que eu penso quando olho para você – ele disse e engoli seco.

-... – acho que eu acabei dando bandeira por alguns segundos – Você devia voltar para o quarto, sua cirurgia foi séria.

-Eu fiz algo, não foi? – ele disse me encarando fixamente, e meu coração acelerou um pouco – Eu te machuquei?

-... – meus olhos começaram a querer marejar, mas não, não posso chorar.

De repente Hélio chegou e parou do meu lado, como se fosse um segurança.

-Solta ela! – ele disse e eu encarei. Ele puxou meu braço de vez.

-Hélio – eu reclamei.

-O que esse babaca quer com você? – ele me encarou e eu olhei para o Hoseok, ele parecia estar confuso – Ele já não fez o suficiente?

-Para com isso – eu olhei sério para Hélio.

-Por que está o defendendo? – ele me encarou e eu o fuzilei com os olhos.

-Você devia voltar para o quarto – eu olhei para o Hoseok – Não se force demais, não vale a pena.

Eu peguei o Hélio pelo braço e sai o arrastando.

-O que foi isso, Agnes? Eu pensei que você não se importava com ele – ele disse irritado.

-A polícia já deve estar chegado – eu o ignorei e continuei a andar.

[...]

Fazia algumas horas desde que eu prestei o depoimento, eu tomei uma decisão, não podia voltar atrás.

-Você deixou o Hoseok de fora no seu depoimento? É sério isso? – Hélio entrou irado no quarto – Ele foi apenas seu namorado?

-Não começa – eu disse e ele se aproximou de mim.

-Ele ajudou a matar sua irmã! – ele disse e eu senti meu sangue ferver – Ele te usou! Te manipulou e você ainda o protege?

-Quem é você para julgar o que eu sinto, em? – eu falei com raiva.

-Você ainda o ama? É isso? – ele me encarou e minha respiração estava mais pesada.

-Ele é o pai do meu filho! – eu gritei e só depois eu percebi o que eu tinha dito.

-O que disse? – ele me encarou incrédulo e eu olhei para o lado – Você está grávida dele?

-... – eu estava começando a ficar mais emocional – Ele está com amnésia, nem lembra de mim, nem lembra do Yan, do Ramiro – eu fiz uma pausa – Eu não posso simplesmente jogar ele na cadeia, sem nem ele saber o motivo.

-Isso é só uma desculpinha para proteger ele! – ele me olhou com raiva – Você vai trocar a justiça da sua família só para proteger ele?

-Cala a boca! – eu levantei da cama – Não ouse dizer isso.

-Você está sendo ridícula – ele me acusou – Nunca pensei que você fosse tão patética.

-Some da minha frente – eu disse séria – Some! – eu gritei e joguei um vaso nele, mas acertou na parede.

-O que está acontecendo aqui? – a enfermeira entrou assustada.

-Por que não vai lá contar para ele que ele vai ser papai? – Hélio deu as costas para ir embora.

-Não ouse! – eu ameacei e ele me olhou – Se você abrir a boca, pode ter certeza que nunca mais me verá na vida.

Ele se virou e foi embora.

Continua...

De frente ao desconhecido (Fanfic Hoseok)Onde histórias criam vida. Descubra agora