Capítulo 11

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Eu estava parada na frente da delegacia, eu estava nervosa, não parava de andar de um lado para o outro, minha respiração estava mais acelerada também.

-O que houve? – Hélio chegou e no impulso segurei nas mãos dele.

-Eu recebi uma ligação pedindo para vir aqui – eu disse nervosa – E eu tenho medo que seja sobre a Rebeca.

-Agnes, respira, okay? Por que seria a Rebeca? Isso tem anos – ele disse sério.

-A Anne estava me falando sobre uma possibilidade de... – eu comecei a falar e ele me interrompeu.

-É sério? Você conversou com aquela doida? – ele disse e revirei os olhos – O que de bom ela já te trouxe? Existiu uma época que ela estava tão obcecada que você tinha uma pedida protetiva contra ela.

-Eu sei! – eu repliquei – Mas as coisas que ela me disse fizeram tanto sentido.

-Acho bom você parar com isso – ele me censurou – Olha para o seu estado! Tudo isso por causa de uma ligação sem nenhum detalhe.

-Okay, desculpa – eu cedi – Eu acho que eu surtei um pouco.

-Se acalma, vamos entrar e ver o que o detetive quer com você – ele disse e eu assenti.

[...]

-Senhorita Agnes, perdão pela demora – o homem que eu deduzi ser o detetive entrou na sala – Eu sou o Detetive Potter, prazer em conhecê-la.

-Espero que eu possa dizer o mesmo – eu disse meio sem pensar, mas acho que ele entendeu – Desculpa, mas eu não entendo o motivo de ser chamada aqui do nada.

-Podemos conversar à sós? – ele olhou para o Hélio.

-Está tudo bem, ele pode ouvir – eu disse nervosa. Eu não conseguia me acalmar, na verdade, depois que uma crise vinha, era difícil superar tão rápido.

-Durante a construção de um prédio no sul da cidade, os trabalhadores encontraram algo e ligaram para a polícia – ele disse e eu já sabia naquele momento o que viria a seguir – Achamos ossadas e fomos super cuidadosos para a identificação da pessoa.

Meus olhos encheram de lágrimas.

-Fizemos duas análises das ossadas e as duas combinaram em 99% com o DNA da sua irmã, Rebeca – ele disse e eu comecei a chorar um pouco sem controle – Achamos os trapos da roupa que foi descrita no dia em que ela sumiu, encontramos também a letra do colar que ela estava usando no dia, mas não conseguimos achar a pulseira dourada que estava na descrição da roupa do dia que ela desapareceu – ele fez uma pausa – Eu sinto muito, Agnes.

Me apoiei no ombro do Hélio e comecei a chorar sem nenhum controle. Eu sabia que era praticamente impossível ela estar viva, mas ouvir aquilo doeu demais. Depois que ela desapareceu, meus pais morreram por dentro, eles nunca puderam seguir em frente e eu sentia a raiva da minha mãe por mim quando ela me olhava de vez em quando.

Eu perdi minha irmã, o amor dos meus pais e depois os perdi por completo naquele maldito incêndio. Minha vida foi uma sequência de perdas sem sentido, ou descanso. Parece que eu amaldiçoava tudo ao meu redor.

-Qual o motivo da morte? – eu perguntei tirando o rosto do ombro dele.

-Agnes... – Hélio começou a dizer e eu neguei.

-Qual foi a causa da morte? – eu olhei para o detetive.

-Não podemos afirmar nada – ele explicou – Faz muito tempo desde que ela morreu, malmente conseguimos achar um pedaço da blusa dela – ele fez uma pausa – É praticamente impossível descobrirmos a causa desse jeito.

-... – fiquei em silêncio, enquanto tentava parar de chorar – Pelo menos, iremos conseguir avançar em acharmos o culpado disso?

-Sinto muito, Agnes – ele se aproximou de mim – Tentarei fazer o possível pela sua irmã, mas não posso lhe dar falsas esperanças.

-Por que? Por que não a acharam naquela época? – eu perguntei, mesmo sabendo que estava sendo meio injusta – Vocês tinham apenas um trabalho! – eu falei meio alterada.

-Agnes... – Hélio começou a dizer mais eu ignorei.

-Você imagina a agonia de passar quatorze anos sem nem um corpo para poder enterrar? – eu questionei irritada e depois respirei fundo – E agora, você me diz que não pode fazer nada? Nunca pegaremos o culpado, não é?

-Eu juro que farei de tudo, revisarei todo o caso, entrevistarei todas as testemunhas da época – o detetive disse sério – Quem matou a Rebeca, pagará por isso.

-O que eu devo fazer agora? – eu perguntei enxugando as lágrimas.

-Iremos fazer uma autópsia com o que temos e logo mais liberaremos a ossada, você pode cremar, enterrar, fazer o que quiser – ele explicou calmamente – Deve se preparar também, a mídia já sabe disso, por favor, se mantenha forte.

- ... – eu assenti e o Hélio passou as mãos nas minhas costas, tentando me consolar.

Continua...

De frente ao desconhecido (Fanfic Hoseok)Onde histórias criam vida. Descubra agora