15.03.1989 - Guarulhos
Aurora
- Mas como foi na casa da sua avó? - perguntou Alberto do outro lado da linha.
- Foi normal, ela me fez comer tanto, que não sinto fome a uns dois dias- disse me deitando no sofá.
- Vó faz essas coisas mesmo, mas como você tá?
- Eu tô bem, tô com preguiça mas tô bem... - disse bocejando - Mas e vocês??
- A gente tá bem. O Sérgio e o Samuel estão aqui em casa hoje e...
- Tá falando com quem?? - escutei a voz de Samuel no fundo.
- Com a Aurora! Então como eu tava dizendo...
- Aurora!! - percebi que ele arrancou o telefone da mão de Alberto - Caralho Aurora, você me deu um pedal!!!
- Você gostou??? - Fiquei feliz com a entonação do rapaz.
- Se eu gostei??? Eu adorei!! - disse todo animadinho - Você não vai acreditar!!! Eu ganhei um contrabaixo.
- Sério??? - me fiz de desentendida pois não queria estragar a animação do mais novo.
- Simmm!! E você me presenteou com a pedaleira!! Agora só falta eu aprender a tocar para ser um música completo.
- Você vai ser o melhor!! - disse sorrindo.
- Tá bom pirralho devolve o telefone aqui!! - escutei a voz de Alberto.
- Tchau Aurora!!! - escutei sua voz de longe.
- Bem... Como eu estava dizendo, eles vieram aqui em casa, e vão passar a noite aqui. - disse Alberto.
- Isso é bom, vocês vão se divertir bastante.
- É isso que eu quero lhe perguntar... Você não quer vir pra cá?
- Eu até iria, mas Albertão cai entre nós, preguiça de atravessar a cidade ein...
- A qual é Aurora... Faz a mão aí.
- Olha, hoje eu não vou, até porque já são quase 18:30 PM, e meu pai não tá em casa pra me levar... - fiz uma pausa e escutei o japonês resmungando pelo outro lado da linha - Mas... Amanhã, se eu ainda for bem vinda, eu voi aí.
- Beleza, fechado, amanhã você vem!!! A gente vai ficar te esperando.
- Tá bom Alberto...
- Aí Sérgio!! Quer falar com a Aurora?? - quando ele falou aquilo eu gelei. Esperançosa que ele dissesse não, escutei o "sim" do rapaz, colocando fora todas as minhas expectativas.
- Tchau Aurorinha, beijos do seu amigo japonês.
Percebi que Alberto tinha ido embora, então fiquei em silêncio esperando a voz do meu baterista, que naquele momento, era música para meus ouvidos.
- Oi... Aurora? - meu coração errou as batidas
- Sérgio!! Tudo bem?
- Eu tô bem, melhor agora...
- Melhor agora? Posso saber o que quer dizer com isso? - Quando falei isso, minha mãe veio correndo da cozinha e ficou me encarando, escorada na bancada.
- Quero dizer, que quando eu converso com você, o meu dia melhora.
- Humm eu entendi seu argumento. - tentei passar tranquilidade, mas por dentro, eu estava tremendo igual uma vara verde.
- Então, como foi a sua viagem?
- Foi legal, eu pude rever alguns amigos, passei um tempo com a minha vó, foi deveras normal.
- Pela sua voz, você está muito feliz... Está sorrindo? - Se antes eu sorria, agora eu estava sorrindo muito mais, esse garoto meche comigo.
- Não sei... Vou deixar você adivinhar - Minha mãe que até agora estava quieta, começou a se abanar com o jornal de tão curiosa que estava.
- Eu tenho quase certeza que sim.
- Bom, errado não está... Você é realmente bom em adivinhações.
- Adivinhações não - fez uma pausa - eu só memorizei o seu sorriso. - afastei o telefone de mim e dei um gritinho de felicidade.
- Devo me preocupar? - dei uma risada arteira
- Claramente que não - disse rindo
- Bom, foi ótimo falar com você, mas não quero que a conta telefônica do Alberto fique cara por culpa minha. - dei um jeito de encerrar aquela conversa porque o nervosismo, já me consumia.
- Espera... Eu queria lhe perguntar algo...
- Diga
- Eu sei que pode ser estranho, a gente se conhece a pouco tempo, mas...
- Mas... - minha mãe me encarava com os olhos bem abertos.
- Tá livre sexta a noite? - minha alma saiu e voltou para o corpo em questão de segundos.
O Sérgio, está me chamando pra sair?? Isso não pode estar acontecendo... O MEU BATERISTA ME CHAMANDO PRA SAIR!!!
- Aurora? Tá aí?? - percebi que fiquei surtando e esqueci de dar uma resposta para ele.
- Você tá me chamando pra sair?? - Minha mãe quase caiu da cadeira quando escutou àquilo. Do nada ela começou a dar pulinhos pela casa.
- Eu... Estou, estou te chamando pra sair sim - escutei sua voz falhar - Mas se não quiser tá tudo bem eu...
- Eu topo.
- Você o quê?
- Sérgio, eu aceito sair com você.
Minha mãe que até então estava pulando, parou na minha frente e caiu sentada no sofá ao meu lado, e ficou colada no telefone.
- Você aceitou??? Desculpa eu achei que você não iria aceitar, eu estava nervoso, eu...
- Por que eu não aceitaria? Será um prazer sair com você.
- Sério?? Tudo bem, eu te pego às 19:00??
- Às 19:00. - concordei sorrindo.
- Tudo bem, eu vou deixar você em paz, tenha uma boa noite e, sonhe com os anjos - Sérgio disse a última frase rindo.
- Igualmente, a gente se vê, tenha uma boa noite também, e ... - fiz uma pausa para criar coragem pelo que diria em seguida - Sonhe comigo.
- Pode ter certeza... Tchau meu bem.
- Tchau meu baterista favorito - desliguei o telefone e comecei a dar pulinhos de alegria.
- O que menina, o quê vai ter as 19:00 ?? Ein Aurora???
- Mãe!! - encarei a mais velha sorrindo de orelha a orelha.
- O que?? - perguntou aflita
- Eu tenho um encontro!!!
Opa, tudo bem?? Mais um capítulo quentinho prá adocicar a madrugada de vcs 💛💛💛
Espero que gostem é simples mas é de coração 💗💗💗💗💗
Deixem a estrelinha se quiserem obrigada por tudo e até a próxima 💜💜💜💜💜💜💜💜💜
( Esse cap pode conter erros ortográficos, desculpa )- Beijos Hortiga 🍀🍀
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Ai de mim se fosse apenas uma corda de guitarra || Mamonas Assassínas
Teen Fiction☼︎𝒮ℯ𝓇𝓰𝒾ℴ ℛℯℴ𝓁𝒾 Outubro¹⁹⁹⁵ = O nervosismo lhe consumia, Aurora tremia da cabeça aos pés. Naquele momento se passava tudo em sua mente, todos os perrengues que ela e seus amigos passaram para estarem ali. Mas Aurora sabia que aquele nervosismo...