1989,Guarulhos
20:45 PM do outro lado da rua
- Ela quem??- AII QUE SUSTO SAMUEL!!!
- Ela quem?? Quem você tava vendo??
- A vizinha, ela estava tocando guitarra e me viu olhando que nem um bobão pra ela.
- Achou a vizinha bonita ein???- perguntou o irmão mais novo de brincadeira
- Eu não cheguei a ver bem o rosto dela, mas ela toca muito bem.
- Ela quem? - dessa vez a porta da sala é aberta, revelando seu Ito e Sueli, irmã dos dois.
Eles acabavam de chegar do mercadão, e largavam as compras sobre a mesa
- A vizinha- respondeu Samuel indo pegar um copo d'água
- A vizinha? - perguntou a irmã dos dois
- É, a da casa da frente, deve ser a filha dos novos moradores - disse Samuel
- A filha do seu José?- indagou seu Ito
- José?- perguntou Sérgio
- É Sérgio. Eles chegaram ontem, são de Porto Alegre, vieram morar aqui á trabalho. Mas o que tem a menina?
- Sérgio tá apaixonadinho- brincou Samuel.
- Claro que não!!! - Exclamou Sérgio- É que eu escutei ela tocando guitarra, e eu achei que ela toca bem, só isso.
- Esqueceu a parte de que ficou encarando ela que nem um bobão. - ditou Samuel - Assustou a menina o idiota.
- Não foi pra tanto- disse Sérgio - E a mãe?
- Ta conversando com a mãe da menina ali na frente - disse Sueli.
Ponto de vista: Aurora
Estava tocando a minha guitarra, aqueles dois dias me pareceram anos, não posso ficar um minuto sem meus instrumentos, sem minha música, eles são minha terapia particular e eu não nego isso nunca.
Eu estava no mundo da lua quando olho rapidamente pela janela e dou de cara com um moço me encarando da janela da casa do deu Ito, não dou bola mas quando caio na real, ELE NÃO PARAVA DE ENCARAR.
Com medo de ter o incomodado, desligo minha caixa de som e fecho as janelas de meu quarto, e fico em estado de negação por três minutos, meu pior medo é arrumar contenda com gente que não conheço.- Filha chegamos - escutei a voz de minha mãe, e ando até a cozinha - Aurora você nem sabe quem encontramos no mercado!!
- É alguém que eu deveria conhecer??
- Não exatamente, mas encontramos seu Ito e a esposa dele, e nossa!! eles são tão queridos. A esposa dele até convidou a gente pra irmos tomar café amanhã a tarde com eles.
- Eu digo bom café da tarde pra vocês amanhã.
- Ué a senhorita não vai??- indagou o pai entrando com um monte de sacolas.
- Até iria mas vocês não sabem da maior!!- fez uma pausa dramática. - Eu estava de boa tocando minha humilde guitarrinha, quando olho pra janela e um guri me encarando da janela da casa do seu Ito.
- E o que tem isso Aurora? Talvez ele achou legal sua guitarra- disse a mãe simplista
- Dona Marta, mas ele tava encarando de mais, vai que ele não tenha gostado do barulhão que eu tava fazendo!!
- Ou talvez ele achou que você toca bem, para de ser medrosa filha - disse o pai - E outra, talvez seje o rapaz que toca bateria, ele gosta de música assim como você.
- O senhor tem razão - ditou Aurora vencida - mas enfim cadê meus docinhos??
- Na sacola amarela formiga. - ditou a mãe
07/03/1989
Acordei e já se passava das 09:30 AM, lembrei que ficaria a manhã toda sozinha pois meus pais iriam resolver umas papeladas na prefeitura e no novo emprego do meu pai.
Não fiz nada de muito interessante, tomei um banho, passei o café e resolvi ir comprar umas tortinhas que tinha na padaria, que era umas duas quadras da minha nova casa, afinal sempre que eu podia, arrumava uma desculpa pra poder caminhar pelo meu novo bairro.Tortinhas compradas, estavam tão cheirosas que não via a hora de chegar em casa para provar minhas queridas. O dia estava tão bonito que eu parecia uma idiota olhando pros arredores, eu estava tão na lua que nem vi o rapaz correndo com um monte de coisa na mão, pera, ELE VAI BATER EM MIM...
- CUIDADO- gritou o moço estranho.
Por pouco a gente não se bate de testa, ainda bem que salvei minhas tortinhas.
- Moça desculpa eu...
- Ta tudo bem, eu tô legal - disse Aurora meio tonta - Você ta bem? Não quebrou nada??
- Eu tô legal, e não, creio que ta tudo inteiro - disse o moço meio nervoso - Desculpa de novo, é que, eu tô apressado e nem vi você.
- A tudo bem... - silêncio constrangedor- Quer uma ajuda? Eu também tô indo pra essa direção, e você tá carregando bastante coisa...
- Se eu não incomodar??
- Não Imagina, tudo bem - pegou a menina duas das sacolas que estavam na mão do desconhecido- Eu te ajudo, nem que eu caminhe um pouco mais!!- ditou Aurora alegre por estar falando com alguém.
Uns dois minutos de caminhada, Aurora resolveu quebrar o silêncio.
- Mas e aí, você é de Guarulhos mesmo?- Perguntou Aurora
- Ah sou, mas eu nasci em Itaquaquecetuba.
- Perdão, aonde?
- Itaquaquecetuba. - respondeu simplista
- Credo, que trava língua hahaha
- E você é de onde? Seu sotaque não parece ser daqui- perguntou dobrando a esquina.
- Acertou!! Sou de Porto Alegre. - disse Aurora animada.
- Então você é gauchinha?? - disse o moço com um sorrisão no rosto
A conversa rolou tão natural que Aurora só se deu conta que o tempo passou, quando reparou que estava na frente de casa.
- Bom eu acho que nos despedimos por aqui- disse o rapaz.
- Eu ia dizer o mesmo, conversamos tanto que eu já estou na frente de casa.
- Você mora aqui??- perguntou o moço intrigado- nunca te vi aqui na rua.
- Ah, é que eu me mudei a pouco tempo... Faz dois dias que eu cheguei na verdade.
- A nossa, nos veremos bastante então, eu sempre venho aqui na casa do meu amigo.
Quando olhei para a casa que ele apontava, fiquei surpresa e pensei em como o mundo era pequeno.
- Na casa do seu Ito?
- Sim!! Ele é pai de um amigo meu. - respondeu deixando Aurora mais surpresa ainda.
-A propósito, que falta de educação a minha, eu nem me apresentei. Prazer, Aurora - Pausa para encarar o rapaz- Aurora Nunes - estendeu a mão para o mesmo.
- Alberto - Pegou na mão de Aurora - Alberto Hinoto.
Boa noite hermanos, mais um capítulo pra vcs, ula ula, espero que gostem. É simples mas é de coração, até a próxima 💜💜
-Beijos Hortiga 🍀🍀
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Ai de mim se fosse apenas uma corda de guitarra || Mamonas Assassínas
Novela Juvenil☼︎𝒮ℯ𝓇𝓰𝒾ℴ ℛℯℴ𝓁𝒾 Outubro¹⁹⁹⁵ = O nervosismo lhe consumia, Aurora tremia da cabeça aos pés. Naquele momento se passava tudo em sua mente, todos os perrengues que ela e seus amigos passaram para estarem ali. Mas Aurora sabia que aquele nervosismo...