Cap 31= Guns N' Roses

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1990, Julho - Guarulhos


Aurora

Acordei com os teimosos raios de sol entrando pela fresta da cortina, amanheceu e eu nem percebi que dormi, e pra variar, dormi chorando abraçada na carta do meu baterista.

Me levantei e fui até o espelho, se ontem eu estava me achando acabada, hoje eu estou uma morta viva. Meus olhos doíam, meu cabelo estava todo bagunçado e meu emocional estava pedindo ajuda.

Olhei para o relógio e já eram quase uma da tarde, eu dormi tanto assim?

Sem pensar duas vezes, eu fui cuidar de mim, eu merecia, precisava, não aguentava mais.

Lavei meus cabelos, que estavam incrivelmente longos.
Eu acordei tão disposta a me cuidar, que até pintei as unhas, coisa que eu não fazia a tempos.

Depois de terminar o meu "dia de princesa", resolvi dar uma volta pela cidade, sozinha? Nesse momento, minha melhor companhia está sendo eu mesma.

Caminhei tanto que minhas pernas estão pedindo socorro.
Cheguei em casa, e me deparei com algo extremamente bonitinho e ao mesmo tempo curioso?
Havia uma rosa amarela no meu portão.

- Quem será que colocou você aqui ein? - perguntei me referindo a rosa.

Minha mãe desde pequena, me ensinou a falar com as flores, estranho? Sim, muito.
Porém de acordo com ela, as flores escutam e ficam felizes quando conversamos com elas.

Entrei dentro de casa e coloquei a rosa em um copinho com água.

- Linda...

Saí dos meus pensamentos, quando escutei o telefone tocar.

- Alô?

- Tava dormindo até essas horas que não me atendeu?

- Boa tarde pra você também dona Marta! - disse sorrindo

- Oi minha princesinha! Como que tá o bebezinho da mamãe ein? O nenê da mamãe Martinha tá se cuidando direitinho?

- Tô bem sim mãe, e vocês? Eu tô com saudade! - disse soltando uma risada fraca.

- A gente também tá, e aí como estão as coisas? Tá fazendo muita música?

- As coisas 'tão do mesmo jeito, mas sim! Eu tô fazendo muita música sim.

- Que linda! Saudade de ouvir você tocar.

- Mas e aí? Quando vocês vêem?

- Olha, era pra nós voltarmos semana que vêm, mas sua vó baixou hospital e seu pai ta trabalhando que nem um boi.

- A vó o quê? - perguntei surpresa

- Baixou hospital, diz o médico que é a pressão.

- Ai Jesus! - me sentei no sofá - Mas e o pai?

- Trabalhando, não tá descansando nenhum minuto, daqui a pouco vai ter um colapso.

- Ai credo, mãe da um jeito de aquietar esse homem!

- Nada que uns cascudo não faça ele se aquietar.

- Tadinho dele, me deu dó agora.

- Ele tá fadigado tadinho, mas daqui a pouco ele entra em férias.

- Isso é bom! Pelo menos ele descansa.

Ficamos conversando por mais um bocado de tempo, eu estava com muita saudade dela.

 Ai de mim se fosse apenas uma corda de guitarra || Mamonas AssassínasOnde histórias criam vida. Descubra agora