01. Deixando Makedóvia

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"A vida é uma história contada por um idiota, cheia de som e de fúria, sem sentido algum."

William Shakespeare, Macbeth (Cena V, Ato V)

— William Shakespeare, Macbeth (Cena V, Ato V)

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EM ALGUM LUGAR NAS MONTANHAS DE BÁLLETSA
CIDADE DA MAKEDÓVIA, NÓTOS

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A SENSAÇÃO DO VENTO soprando em meus cabelos, as palpitações cardíacas aceleradas e o som de minha própria risada arrogante eram o que me motivavam a fazer o que estava fazendo. Para mim, o dinheiro, a morte, e a fuga eram parte integrante da emoção. Esta noite, levava comigo tudo de valioso em que pude pôr as mãos, havia me esgueirado até os estábulos para roubar o cavalo mais forte e rápido, e disparei depois de atear fogo nas cozinhas.

Não olhei para os homens que me perseguiam a pé; os tolos nunca me alcançariam. Seus gritos diminuíram quando meu novo cavalo, Pegasus, cavalgou para longe. As pessoas me contaram grandes histórias sobre esse cavalo negro como azeviche, elogiaram sua coragem em face de batalhas e sua capacidade de correr em colinas e terrenos íngremes. Essa era a primeira vez que eu mesmo testava isso. Era, de fato, um cavalo muito bom. Aquele que o líder de meu ramo da Irmandade, meu próprio pai, gostava muito. Eu não costumava roubar, era algo desnecessário e indiferente para mim, mas roubar Pegasus foi quase divertido. Superava tudo, especialmente considerando o fato de que assim que meu pai fosse alertado de minha fuga, iria engasgar de raiva e enviar alguém para capturar a mim e ao cavalo roubado.

Cavalguei por algumas horas, mas teria cavalgado a noite toda se Pegasus não houvesse se cansado. Finalmente havia uma boa distância entre mim e a Irmandade, embora a realidade fosse que nenhuma distância seria suficiente. Olhando ao redor, notei que não atraí nenhuma atenção indesejada de viajantes noturnos, e conduzi o cavalo para fora do caminho, em direção ao bosque. De lá, escalaria o penhasco, faria uma fogueira e passaria a noite. Pegasus se permitiu ser guiado para a floresta e avançou em terrenos mais altos sem muita dificuldade. Não conseguia evitar de ficar impressionado. Se eu soubesse que Pegasus era tão inteligente quanto um ser humano, o teria roubado há muito tempo.

— Você é um bom amigo, não é? — dei um tapinha de leve no pescoço do animal. Não era bem uma pergunta, e sim uma afirmação.

Quando chegamos a um local onde o terreno era mais plano, desci de Pégaso, o amarrei a um galho e me preparei para acampar. Comecei com o fogo e me permiti relaxar pela primeira vez desde minha fuga. As imagens do acontecimento passaram por minha mente. Os ataques furtivos, a entrada nos estábulos e o fogo que eu comecei nas cozinhas para distrair os que estavam de guarda.

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