19. Na Cama Com A Rainha

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"A mulher é uma substância tal, que, por mais que a estudes, sempre encontrarás nela alguma coisa totalmente nova."

Liev Tolstói

— Liev Tolstói

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PALÁCIO DE LEONTIUS, PORTO REAL
REINO DE LEONTIUS

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ANDROMEDA E EU ESTÁVAMOS DEITADOS em meio ao seu jardim particular, aproveitando o fim de tarde. Bom, para falar a verdade, eu estava deitado de barriga para cima e ela deitada confortavelmente com a cabeça sobre meu torso, enquanto tentava fazer uma coroa de flores com algumas violetas, embora essas não se firmassem no lugar. Ela estava linda, como sempre, com um vestido vermelho escuro, quase mogno, cujo caimento deixava os ombros alvos à mostra e as mangas iam justas até os pulsos; os cabelos completamente soltos caíam livremente em ondas escuras, sem tranças, faixas ou diademas para contê-los.

Era impressionante a forma como sentia-me tranquilo perto de Andromeda, olhar para ela já bastava. Alisei seu rostinho com as costas de minha mão e ela deu um sorriso delicado, sem desviar sua atenção da coroa de flores que desmontava mais uma vez.

— Deixe-me ajudar — pedi com gentileza, tirando as violetas de sua mão.

Ela não se opôs, apenas observou admirada a forma como eu rapidamente reforçava as partes que se soltavam e acrescentava mais algumas flores. Ao final, sorri em sua direção, erguendo meu trabalho perfeito.

— Aqui está — falei, colocando-a sobre seus cabelos — Uma coroa de flores para a mais bela das rainhas.

— Você já conheceu outras rainhas? — questionou com um pequeno sorriso, os olhos dourados cintilando.

— Na verdade não — admiti — Mas não preciso conhecer para saber que você é a mais bonita de todas as rainhas do mundo.

Ela nada respondeu, apenas relaxou novamente o corpo na mesma posição de antes, deitada sobre mim, e fechou os olhos. Algo chamou minha atenção e eu analisei a rainha cuidadosamente; apesar da aura leve entre nós, via uma certa melancolia em Andromeda, algo que não percebia nos últimos tempos.

Enrolei meus dedos nas pontas de seus cabelos, sentindo a maciez.

— Você está bem? — perguntei.

— Sim — respondeu, sem abrir os olhos.

— Tem certeza?

Dessa vez ela se moveu, abrindo os olhos e ajeitando o corpo em uma nova posição, deitando ao meu lado com a cabeça apoiada em meu braço esticado. Não me encarou, com os olhos, agora entreabertos, fixos no céu; por um momento veio em minha mente o pensamento de que Andromeda poderia estar um pouco desconfortável comigo por conta dos beijos que trocamos, mas logo deixei isso de lado. Não parecia desconfortável, e sim um pouco triste.

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