05. A Rainha de Leontius

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"Ela é uma rainha.
Sua alma é a realeza."

- Adrian Michael

- Adrian Michael

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PALÁCIO DE LEONTIUS, PORTO REAL
REINO DE LEONTIUS

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- OUVI DIZER QUE VOCÊ ANDOU causando problemas aos meus guardas - houve uma pausa em sua fala, como se aguardasse alguma reação minha, e em seguida deu uma leve risada - Por favor, sente-se.

Havia algo em sua voz que contrastava com o significado de suas palavras. A rainha não parecia aborrecida, muito pelo contrário, parecia até mesmo um pouco divertida. Ela deveria estar irritada por tudo o que fiz, mas na verdade parecia feliz por estar me conhecendo.

Isso me surpreendeu mais do que eu gostaria de admitir, e quando dei por mim já havia sentado no assento que me fora indicado.

- Sinto muito por não tê-la avisado que o traria, minha rainha - Chrysaor sentou ao meu lado, ajustando as mangas de suas vestes; parecia ter algum tipo de fixação por manter-se bem arrumado, o que quase me fez revirar os olhos - É um assunto muito importante o que temos em mãos e precisa ser discutido.

A rainha se ajeitou em sua poltrona atrás da mesa, como se para ficar mais confortável, e endireitou a postura. Ela parecia um pouco hesitante, não soube identificar se talvez estivesse cansada de lidar com questões assim ou se temia que algo ruim lhe fosse anunciado.

Observei Andromeda Leontius enquanto ela encarava seu senescal; não era o que eu esperava de uma monarca com tanto sangue nas mãos. Tinha cabelos escuros, meio presos e meio soltos, emoldurando um rosto dócil, pálido e cansado; era jovem também, talvez uns dez ou onze anos mais nova do que eu. Seu vestido era branco, parecia feito de seda, e cobria seu pescoço e braços, mas foram seus olhos inteligentes que mais atraíram minha atenção.

Não porque eram dourados, quase cor de mel, mas sim porque... por algum motivo... algo nos olhos daquela mulher fez meu coração se apertar. A expressão em seu rosto era calma, porém seus olhos eram tristes, muito tristes. Eu me perguntei se alguém já havia reparado nisso, em quanta tristeza ela parecia carregar dentro de si.

Subitamente, pensei em como a insultara na prisão. Lembrei do que havia dito aos guardas sobre a rainha ser uma vadia e estar morrendo. Ao que parecia, nada disso havia chegado aos seus ouvidos, mas por algum motivo eu... me senti um pouco envergonhado pela forma que falei.

Chrysaor começou a contar toda a história para a rainha e, quando chegou na parte que eu fora contratado para assassiná-lo, os olhos da jovem se moveram para mim, quase me analisando. Retribuí seu olhar, embora tivesse consciência de que estava completamente sujo de sangue, poeira e suor, diante de uma mulher tão imaculada: apesar de suas vestes serem brancas, não possuíam nem uma manchinha.

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