08. Cartas Escondidas

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"— Você acha então que é uma armadilha? — perguntou o conde.

— Sempre acho que tudo é uma armadilha até provarem o contrário — respondeu o príncipe. — Por isso ainda estou vivo."

William Goldman, A Princesa Prometida

— William Goldman, A Princesa Prometida

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REINO DE LEONTIUS

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PORTO REAL ERA DELIMITADA por muros altos e guardas em seus postos vigiavam a movimentação de cavaleiros e peregrinos. Os portões do lado leste, na direção do mar, eram os mais movimentados de todos. As casas eram feitas de pedra, tanto dentro quanto fora das muralhas, embora as últimas talvez fossem mais vulneráveis em tempos de guerra.

Zephyros trotava calmamente entre as pessoas enquanto eu procurava por construções em lugares onde houvesse grande fluxo de pessoas, como havia sido insinuado para mim. Infelizmente, haviam muitas construções antigas de rochas onde peregrinos acampavam para que eu pudesse encontrar uma específica. Talvez essa fosse a vantagem de ter um esconderijo assim; se estivesse conspirando contra a rainha de Leontius, também teria me escondido em um lugar onde houvesse muita atividade, longe de olhares indiscretos e mundano o suficiente para não chamar a atenção de ninguém.

À medida que seguia cada vez mais para longe das muralhas da cidade, mais pessoas zanzavam por entre ruínas, sentadas, comendo e bebendo, rindo; realmente um ponto de encontro para viajantes. Desmontei e esfreguei as botas no chão, pensativo, e em seguida acariciei o focinho de Zephyros.

— Quando olho para você, lembro-me de Pegasus — murmurei. Zephyros estava sendo surpreendentemente gentil e paciente. Se o que Eurynax disse for verdade, então esse era digno de ser o cavalo de uma rainha.

Caminhei em direção à última construção, uma casinha também feita de pedra como as outras, porém em uma área menos movimentada. Olhei para o céu azul, sentindo o vento em meu rosto por um momento, e pensando em todas as pessoas que atravessavam o mar para chegar não somente em Leontius, mas nessa ilha, seguindo a rota que eu mesmo fiz.

— Deveríamos verificar essa casinha abandonada? — perguntei em direção ao cavalo, tocando seu pescoço. Ele me encarou com seus olhos escuros, e o levei até uma árvore próxima onde o amarrei.

Dentro da casa abandonada, uma fina camada de terra cobria o chão e algumas plantas haviam crescido nos cantos úmidos dos cômodos. Ao inspecionar o local, senti uma pequena corrente de ar na altura das pernas. Curioso, percorri o lugar e percebi que não tinha uma segunda saída. Havia somente uma mesa em um canto e uma pequena janela que permitia a entrada de luz.

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