04. Capturado

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"Algum dia você vai fazer uma cagada tão gigantesca, tão ambiciosa, tão avassaladora, que o céu vai se acender, as luas vão girar, e os próprios deuses vão cagar cometas de tanta alegria. Só espero ainda estar por perto para assistir."

- Scott Lynch, Nobres Vigaristas

- Scott Lynch, Nobres Vigaristas

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PORTO REAL, REINO DE LEONTIUS

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O CÉU ESTAVA ESCURO COMO breu quando cheguei às portas do Hospital. Algumas curandeiras ainda estavam acordadas, cuidando de alguns pacientes, mas fora isso, o resto do lugar estava adormecido. Tentei me acalmar antes de entrar no prédio, enxugando o suor da testa. Estava orgulhoso das informações que consegui em tão curto espaço de tempo, embora não fosse algo surpreendente, eu era muito bom no que fazia. Sempre fora.

Estendi a mão, quase tocando a maçaneta, mas um soco acima de minha orelha fez minha visão ficar turva e me desequilibrou. Uma mão forte rapidamente me arrastou para o lado do prédio e se envolveu em meu pescoço, apertando-o, quase cortando meu ar; irado, tentei socar e chutar, mas ainda estava desorientado. Meus olhos tentaram se focar no rosto da pessoa.

- Você, que porra é essa? - sibilei. As palavras saíram com dificuldade, mas o homem as entendeu; Phillip era perfeitamente reconhecível pelo formato de seu queixo e pela cor de seu cabelo.

- Por que você não o matou? - soou menos como uma pergunta e mais como uma ameaça. A irritação que sentia, somando ao fato de que o zumbido ainda estava em meu ouvido, tornava difícil me soltar - Você devia tê-lo matado.

- Ele tinha um convidado - rosnei, com o pouco de ar que possuía.

Ao que parecia, tinha julgado mal Phillip. Ele era muito mais forte do que parecia e, aparentemente, muito mais cruel e habilidoso.

- Você deveria tê-lo matado hoje.

- Você está me observando? Me seguindo? - movi os braços novamente para tentar acertá-lo.

- Você está perdendo tempo. Você. Precisa. Matá-lo. - apertou ainda mais as mãos ao redor de meu pescoço - Não entende que é tarde demais para recuar agora?

Consegui reunir toda minha força e socá-lo nas costelas, fazendo-o me soltar e cabalear para trás, quase caindo; apoiei-me na parede, ainda tonto demais para me jogar sobre ele e socá-lo até deformá-lo.

Phillip apontou um dedo acusador em minha direção.

- Eu não sou um homem paciente. Você aceitou essa missão no momento em que ouviu esta oferta, entendeu? - ele não me deu tempo para responder, girou nos calcanhares e sumiu por entre as sombras da noite.

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