18. Paraíso do Guerreiro

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"O caminhante escolhe a trilha, ou é a trilha que escolhe o caminhante?"

Garth Nix, Sabriel

— Garth Nix, Sabriel

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TAVERNA PARAÍSO DO GUERREIRO, PORTO REAL
REINO DE LEONTIUS

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AO QUE PARECIA, HOJE ERA O DIA em que o tio de Andromeda chegaria em Leontius; ele agira como emissário em Gaheris, pelo que entendi, assinando um tratado de paz com o imperador. A rainha e Chrysaor iriam recebê-lo e provavelmente passariam o dia discutindo assuntos políticos entediantes, e o senescal não perdeu tempo em dispensar-me de meus deveres e praticamente ordenar que fosse andar pela cidade, deixando claro que "queria um dia tranquilo no palácio e minha presença sempre trazia o oposto de tranquilidade". Por um momento cogitei enforcá-lo com a gola de sua túnica azul, mas Eurynax - que presenciava nossa conversa - se intrometeu e arrastou-me para a taverna onde me encontro agora.

A Taverna Paraíso do Guerreiro era grande, cheio de mesas de madeira com dois ou cinco lugares cada, e um balcão onde o próprio dono servia bebidas aos que sentavam-se nos bancos ali; chamavam-no de Jovem Bardas, o que era um pouco estranho já que ele parecia já ter passado dos cinquenta ou sessenta anos — levando em consideração seus cabelos brancos —, mas, pelo que Eurynax explicou, o homem trabalhava desde novo nesta taverna que antes era de seu pai, que por sua vez era conhecido como Velho Bardas. Tinham o mesmo nome, então eram chamados de Velho e Jovem. O Jovem - que agora era velho - permanecera com a mesma alcunha após todos esses anos.

— Ajax! — a voz de Eurynax tirou-me de meus pensamentos — Traga-nos frango, batatas e alguns bacons. E duas canecas de cerveja para engolirmos, sim?

— Agora mesmo, Eurynax! — um pirralhinho respondeu, antes de sumir por entre as pessoas.

Ergui uma sobrancelha.

— Ajax... — murmurei — Engraçado, tenho a sensação de já ter escutado este nome antes.

— Não é um nome muito usado, mas o antigo príncipe de Leontius se chamava assim — Eurynax falou — Era o irmão mais velho de Andromeda.

Ah, eu já tinha ouvido sobre ele, da boca da própria Andromeda também, ela o adorava tanto quanto eu adorava minha mãe. E morreu a protegendo. Com certeza fora uma boa pessoa; por que a morte sempre levava os melhores? E por que a vida fazia as pessoas mais gentis sofrerem? Por que? Enquanto pessoas como o meu pai continuavam vivas e vigorosas.

A vida e a morte não eram justas.

— E então, — mudei de assunto, falando com Eurynax — o tio de Andromeda chegou, não é? Onde ele estava quando ela era prisioneira dos barões?

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