Over you [CONCLUÍDO]

Bônus

Alex Russell

Quando eu me descobri bissexual tinha 16 anos. E me sentia como se aquilo fosse errado. Me condenei muito. Demorou bastante para eu poder me aceitar.

Quando me aceitei, quando coloquei na minha cabeça que não era errado, foi uma sensação incrível, me senti livre.

Ter o apoio dos meus pais também foi muito importante e quando me assumi e eles me apoiaram eu chorei muito, chorei de felicidade.

Eu tinha a minha aceitação e a dos meus pais.

O que importa a opinião das outras pessoas?

Com essa minha confiança inabalável, fui pra faculdade de direito. Lá encontrei um colega de quarto mal humorado que não me dava a mínima atenção.

Eu conversava sozinho, ele não me respondia, eu praticamente conversava com as paredes.

Mas teve um dia que tudo mudou, eu entrei no nosso quarto de madrugada e estava muito bêbado.

Meus "amigos" me fizeram beber várias coisas e nem sei como voltei para o dormitório.

Acho que cheguei fazendo muito barulho que o acordou. Ele com aquele mau humor rotineiro, me xingou e depois cuidou de mim. Ali eu vi que ele tinha algum sentimento humano.

No outro dia tinha um comprimido e um copo de água, ele reclamou comigo e depois desse dia grudei nele igual um carrapato e nossa amizade começou.

Ele sempre foi muito racional e eu emocional, então quando comecei a namorar com um idiota, ele não gostou, achou o cara muito estranho e falou para eu ficar de olhos abertos. Mas não liguei, estava apaixonado.

Até que um dia o peguei me traindo numa festa, meu coração partiu.

Ali mesmo decidi que aquilo não era pra mim, fiz de tudo por ele e mesmo assim não fui digno da sua fidelidade.

Que se foda o amor.

Apresso os meus passos pelo o aeroporto, tenho que voltar ainda hoje para Nova York.

Estou em São Francisco porque tinha uma audiência por aqui e aproveitei e fiquei mais um pouco, estava precisando de umas mini férias.

Mas apareceu um caso importantíssimo para mim em Nova York, então tenho que voltar a ativa.

Estou andando apressado pelo local, quando esbarro em uma pessoa e as pastas que estava segurando cai no chão. Praguejo um palavrão e me abaixei para pegar.

A pessoa com quem esbarrei também se abaixa para pegar.

— Perdão, estou um pouco atrasado e nem te vi direito — uma voz grave fala, levanto a minha cabeça. E vejo o homem mais bonito que eu já vi.

Nunca na minha vida, vi uma pessoa tão linda e ter um sorriso tão bonito.

— E-Eu também tive culpa — porra até gaguejei.