Capítulo 10 | Manhã atípica

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Assim que se deitaram, um silêncio se estendeu, ambos compartilhando o mesmo medo de seus corações agitados serem ouvidos fora do peito tenso com a respiração pesada.

Kaoru foi o primeiro a tomar coragem e se mexer na cama, se virando para o lado contrário com uma certa dificuldade pelo peso dos cobertores, mas conseguindo se aconchegar sem cair da cama. Ele estava bem na beirada, tentando se afastar ao máximo do maior.

Kojiro permaneceu de barriga para cima, sua visão se acostumava lentamente com a pouca claridade do ambiente levemente iluminado pela luz da lua entrando pelas cortinas finas do lado esquerdo. Ele mantia os olhos abertos, quase imóveis enquanto tentava se acostumar com a ideia de dormir ao lado do rosado, que ao ser ver, estava levando a situação com tranquilidade.

"Talvez eu esteja exagerando, isso não significa nada…"

Ele teve de lidar com o estranho nervossismo e finalmente se aconchegar de forma que adormeceu rapidamente. Ah, se isso tivesse acontecido quando eles tinham dezessete anos…

O sol amanheceu perto das seis horas, mas Kaoru despertou as oito, se acostumando com a iluminação do quarto e dando um longo suspiro de preguiça, se mexendo um pouco enquanto esfregava os olhos, sentindo uma sensação estranha sobre a barriga.

Seu coração saltou quando olhou para baixo e se depara com um braço sobre sua barriga, arregalando os olhos ao se tocar de que se tratava de Kojiro, dormindo logo ao seu lado. Como seu rosto estava próximo do seu… 

O rosado engoliu o seco, acreditando ter acordado o maior pela movimentação, mas sua feição se encontrava tão serena e sua respiração tão tranquila que era impossível estar acordado, permitindo com que Kaoru relaxasse. Pela situação, é melhor ele não se mexer por enquanto.

Com a proximidade de seus rostos, Kaoru aproveita para passar os olhos pelos detalhes do rosto do maior que chamavam sua atenção, como algumas das sardas que ficavam sobre suas bochechas levemente rosadas, os cílios caídos que ficavam mais destacados no momento em que os olhos estavam fechados e especialmente a pele bronzeada -completamente diferente da de Kaoru, que era pálida.

Seu coração já estava tranquilo enquanto olhava para a feição do maior, mas não demorou muito tempo para que um profundo suspiro fosse ouvido e a figura do esverdeado se movesse levemente, abrindo levemente os olhos e tentando se acostumar com a claridade do quarto.

Seus olhos se encontram com os de Kaoru por um instante antes que ele desviasse de vergonha.

—Bom dia -Kojiro murmurou com a voz rouca e sonolenta, tirando o braço de cima do menor de forma desajeitada, se sentindo intrigado de como foi parar lá e ficando de barriga para cima na cama. Kaoru continua o encarar discretamente, sem conseguir abrir a boca para um mero cumprimento.
Seu coração estava agitado e sentia uma sensação estranha no estômago.

O rosado se sentou na cama, ainda com metade do corpo debaixo no meio das cobertas pesadas que cobriram os dois pela noite fria, esfregando os olhos com calma, com a esperança de despertar melhor.

—Bom d…

A porta silenciosa se abriu em um piscar de olhos, transparecendo a figura do mordomo com a voz falha e olhos arregalados, perplexo com o imprevisto de ver os dois na mesma cama. Ele se calou no momento em que se deparou com os dois.

—Saia já! -Kaoru gritou anervado, ordenando a retirada do homem que saiu em menos de segundos, sem intervir. Essa foi a primeira coisa que ele pensou em fazer no momento do desespero, sentiu o peso da groceria.
Kojiro, que estava logo ao lado o encarou com os olhos arregalados, uma feição indescritível enquanto olhava para o rosado. 

Noites de Junho || Joe x CherryOnde histórias criam vida. Descubra agora