Capítulo 14 - A Princesa de vidro

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Rayssa Mikaelson

O caminho até em casa foi um completo silêncio, Kol tentava puxar assunto no início, para me distrair, mas eu não respondia, sendo sincera acho que nem conseguiria falar, qualquer palavra que saísse da minha boca ia fazer eu desmoronar.

Quando cheguei em casa, fui recebida com abraços, Kol devia ter contado tudo o que houve por mensagens.

— Você está bem filha? – Minha mãe pergunta me soltando.

— Estamos preocupados. – Meu pai acrescenta.

Isso é sério? Eu mato alguém, e eles estão preocupados comigo. Por minha causa uma família terá que enterrar alguém importante, esse tal de Topper podia até ser um babaca, ter arrumado briga, mas fui eu que não consegui controlar meus poderes, eu que com apenas duas palavras iniciei uma tempestade - que se não fosse parada poderia ter destruído toda essa ilha -, e eles querem saber como eu estou?

— Eu estou viva, diferente do Topper. – Esse nome vai ficar marcado em mim, para o resto da minha vida.

Topper, Topper, Topper, Topper

Tudo se repetia, milhões de vezes na minha cabeça. Em qualquer outra situação, eu teria zoado esse nome, e criado vários apelidos como - Hétero Topper - mas agora, esse nome vai me assombrar por um bom tempo, e toda lua cheia eu vou me lembrar dele, e me destruir mais um pouco com isso, talvez a culpa não seja punição suficiente para o crime que eu cometi.

Aqueles olhares, eles não estavam decepcionados ou nada do tipo, era como se eles esperassem que algo assim fosse acontecer.

Também, o que eu poderia esperar de uma família de assassinos, que já condenaram alguém a morte apenas por um olhar torto.

Talvez eu realmente estivesse destinada a isso, destinada a ser um monstro como todos eles.

Mas isso não fazia doer menos.

Subi as escadas, Josie estava vindo atrás de mim, mas Kol a impediu dizendo que eu precisava desse tempo sozinha.

(...)

Já havia se passado semanas, desde o ocorrido. Hoje iríamos voltar para casa, e eu não sai do quarto nem um dia se quer.

Minha mãe, meu pai ou tia Freya me traziam comida todo dia, na maioria das vezes eu mal conseguia comer, ou quando comia vomitava tudo.

Kol sentava do outro lado da porta e conversava comigo, era uma conversa uni lateral, mas isso fazia bem pra mim, e acho que ele sabia porque vinha toda noite no mesmo horário.

Desde que eu matei Topper - Um adolescente, que tinha um futuro inteiro pela frente - Comecei a sentir meu poder aumentar, como se a morte dele fosse combustível para minha magia. Não tive coragem de usá-la de novo, não parecia certo, mesmo em feitiços pequenos e cotidianos como fazer o controle flutuar até minha mão.

Eu sentia como se fosse explodir a qualquer momento, e como uma bomba, levaria todos que estivessem ao meu redor junto.

Mas hoje era diferente, eu voltaria para casa, talvez quando pisasse em New Orleans novamente, os acontecimentos de Outer Banks me deixassem.

Relax Darling || Kol Mikaelson Onde histórias criam vida. Descubra agora