Christian
Anastasia é uma bomba relógio a ponto de explodir.
A minha Cerejinha está puta. Tipo muito puta mesmo.
— Ana, filha, pelo amor de Deus. — Carla agarra a mão dela e a puxa para o sofá, colocando uma xícara de chá nas suas mãos.
Anastasia toma um gole, faz uma careta e entrega a xícara para a mãe antes de se levantar e voltar a andar em círculos pelo tapete da sala.
Estamos no nosso apartamento. Depois de tudo o que aconteceu achei que seria melhor trazer todo mundo para um terreno neutro.
As coisas na empresa também estão uma bagunça.
Para a coleção de casamento decidimos lançar algumas peças antes como forma de anúncio e o restante seria lançado agora, mas sabe lá Deus quem pegou esses desenhos e modelos prontos e vendeu para a Howard & Co..
Haviam sido roubadas jóias previamente apresentadas e registradas. O processo será pesado para eles, mas o nosso principal trunfo da temporada está perdido.
Oitenta e sete milhões de dólares jogados no lixo.
— Como isso aconteceu? — Anastasia pergunta, sua voz soando assustadoramente calma.
Leila olha para ela com olhos arregalados e se afasta um pouco, já prevendo a possível explosão de níveis catastróficos que se aproxima.
— Nós não sabemos, senhora Grey. — Sam, o nosso diretor de criações murmura aflito. — Depois que a senhora e o restante dos designers finalizaram os desenhos eu os coloquei no cofre como sempre.
— Quem estava com você? — Anastasia rosna para um apavorado Sam que estremesse.
— Os seguranças, senhora. Reynolds e Rogers.
Ela respira fundo um par de vezes antes de pegar um dos vasos que comprei durante as minhas últimas férias no México e arremessa contra a parede. O vidro se choca com um baque alto e se reduz a míseros cacos.
Eu gemo baixinho, meu coração apertando no peito.
Meu pobre vaso asteca.
— Ana, quebrar a casa também não vai adiantar. — Ray fala alto, se colocando entre a filha e uma escultura maia. — Nós temos que pensar em equipe, ser a família unida que sempre fomos e resolver essa situação.
— Senhora Grey, eu prometo fazer o possível para descobrir quem fez isso. Eu...
— É claro que você vai, caso contrário pode procurar outro emprego, Sam. — a pouca cor ainda restante no rosto dele some na mesma hora e suas mãos ficam ainda mais trêmulas. — Eu quero respostas e você vai conseguí-las, nem que tenha que ir até o inferno atrás delas.
— Eu prometo dar o meu melhor, senhora.
— O melhor não. Você vai fazer o impossível se for preciso. Lembre-se que é você quem precisa desse emprego, não eu.
— Anastasia. — vovô George grita com ela e se levanta do sofá com a ajuda de Jack. — Vá para casa, Sam. Você já fez o suficiente por hoje.