Christian
Corro para amparar a minha Cerejinha enquanto Ray está desmaiado no chão.
Envolvo meu braço ao redor da cintura da Ana e a puxo para o sofá enquanto a minha mãe grita ordens para os outros ao redor.
Anastasia cai sentada e olha para mim com lágrimas nos olhos, suas mãos trêmulas sobre o colo.
— Ele odiou a notícia, Christian. Meu Deus, eu quero esse bebê mas o meu pai não. O que a gente vai fazer? Eu não quero que eles fiquem longe mas também não quero abrir mão da família que estamos construindo. — ela fala tudo num fôlego só, as palavras saindo emboladas por causa do choro.
Suspiro e seguro o rosto dela, encostando nossas testas. Anastasia respira fundo e para de falar enquanto me fita com olhos marejados.
— Ele não odiou a notícia, baby, só ficou emocionado. Contei de uma forma meio abrupta, deveria ter sido mais consciente e preparado o terreno antes. — seco as lágrimas dela e beijo a ponta do nariz avermelhado.
— Mas e se ele não tiver gostado, Christian? Eu quero que o nosso filho cresça com a presença dos avós.
Anastasia geme e volta a chorar copiosamente, seus ombros tremendo enquanto os soluços ecoam mais altos que o caos do nosso apartamento.
Me sento ao lado dela no sofá e a abraço forte, sussurrando palavras doces na tentativa de acalmá-la.
Mia grita e vem da cozinha com um bolo de algodão e uma garrafa de álcool, entregando para a minha mãe.
— Tudo bem, agora dêem espaço. Ele precisa respirar.
Todos assentem e se afastam um pouco enquanto dona Grace encharca o algodão no álcool e chega perto do nariz do Ray.
Ele tem alguns espasmos mas vai recobrando os sentidos aos poucos e finalmente acorda do seu desmaio.
— Ana, querida? — ele murmura numa voz embargada e a minha Cerejinha se levanta do sofá num salto, correndo até ele. — Você está mesmo grávida, querida? Eu ouvi certo?
Anastasia assente e se abaixa perto do pai, segurando as mãos dele firmemente nas dela.
— Sim, pai, eu estou grávida. Feliz com a notícia do seu primeiro neto? — ela sorri em meio as lágrimas e Ray ri também, se colocando numa posição sentada para abraçá-la.
— Isso é maravilhoso, meu bem. Nós somos soubemos que vocês seriam o casal ideal, só precisavam de um incentivo.
Ray olha para o meu pai e também para vovô George e os três trocam sorrisos cúmplices, me fazendo bufar.
— Eu deveria odiar vocês por terem me obrigado a casar. — murmuro com falsa irritabilidade e vou até a minha Cerejinha, oferecendo a mão para ela se levantar da sua posição ajoelhada sobre o carpete.
— Eu concordo, mas como nós temos um casamento estável não faremos nada de mal contra vocês. — Ana fala com diversão e me abraça pela cintura, pressionando a bochecha no meu peito.
— Tudo que nós fizemos foi por uma boa causa. Agora olha para vocês dois; felizes, casados e grávidos. Eu nunca erro. — Vovô George sorri e pisca para nós, caminhando para a mesa de jantar. — Agora que o Ray não vai desmaiar mais vamos comer e comemorar, vim até aqui para isso.
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Além da família e de alguns amigos estritamente próximos nós não falamos da gravidez para mais ninguém.