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Eu ri. Eu fodidamente ri.
Christian e eu somos amigos desde que nascemos. Não é mentira que todos querem nos ver juntos um dia, mas eu não quero me casar agora, Christian é um solteiro inveterado e nós não temos esse tipo de relação.
Eu já tive alguns relacionamentos, mas nada muito sério. Eu nunca apresentei um cara para os meus pais e nem tenho pretensão de tal coisa. Tenho vinte e um, por que eu iria me casar logo agora?
Christian também não expressou o desejo de se amarrar a alguém, o que torna isso tudo ainda mais assustador. Eu não sei o que vou fazer, simples assim.
Eu quero ajudar o meu amigo, mas isso já é loucura.
- Ana, fala alguma coisa, pelo amor de Deus. - Christian murmura, pé puxando de volta para o presente.
Ele está desgrenhado. Gravata frouxa, cabelo bagunçado, olheiras de merda ao redor dos olhos. Ele está desesperado, e eu também.
- Isso é sério? Porque se não for eu vou surtar. - chio, exasperada.
- Ana, você é a minha melhor amiga, a única mulher que eu confio. Até mais do que na minha mãe. Eu não tenho outra saída, você é a minha última esperança. - ele explica, esfregando as têmporas de olhos fechados.
- Christian, o que está acontecendo? - murmuro, em tom de súplica.
Ele me olha, perdido. Prendo a respiração, com medo do que está por vir.
- Lembra que eu te contei que meu pai vai se aposentar? - assinto. - Pois é. Nem o Elliot e nem a Mia querem tomar conta dos negócios, por isso sobrou para mim. Vovô está contente com o nosso desempenho e feliz por eu querer tomar a frente da empresa, mas para isso ele quer me ver casado.
É. Eu definitivamente estou apavorada.
- E você decidiu que eu sou a melhor escolha? - desviando o olhar do meu, ele balança a cabeça, concordando. - Por quê?
- Você é a pessoa que eu mais confio no mundo, já te disse. - conta.
- Christian, eu não sou idiota. Você está me escondendo alguma coisa.
Ele não responde, só caminha até o sofá e desmorona sobre ele com um suspiro alto. Tem mais coisa, ele só não quer me contar.
- Esse é o problema de se conhecer uma pessoa tão bem. - sussurra, me dando um pequeno sorriso.
Eu não retribuo, o que é estranho até para mim mesma.
