Quarenta

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Oi, meus amores! Volteeeei!

Demorei, eu sei. Mas foi por um motivo de força maior. Minha cachorrinha, a Luna, amor da minha vida, me deu um susto enorme no último dia 7 e o meu tempo nas últimas duas semanas foi totalmente dedicado a ela. Mas graças a Deus ela já tá bem, se recuperando, então eu tô de volta!

Sei que vocês estão ansiosos, então nem vou falar muito.

ATENÇÃO: Este capítulo possui cenas de violência com idosos e crianças. Alerta para gatilho de ameaça a pessoas lgbtqia+.

Peço desculpas desde já.

Fora isso, espero que gostem.

Xêro na cara e boa leitura!

***

Sarah

Eu sabia. Eu sabia que ele estava planejando alguma coisa. Eu sabia! Esse silêncio todo - ainda mais depois daquela palhaçada do vídeo - não fazia o menor sentido. 

Durante as últimas semanas, eu não quis focar muito nisso, principalmente com a Ju se recuperando de toda a experiência com o assassino da irmã dela… eu não quis trazer o assunto à tona. Não queria que ela se preocupasse ainda mais. 

E nós estávamos tão felizes. Nossa viagem tinha sido tão perfeita, tão maravilhosa… admito que me deixei levar e acabei deixando minha preocupação, meu instinto de lado. 

E olha no que deu. Se eu pegasse esse filho da puta, eu acabaria com a raça dele com as minhas próprias mãos. Pelo Gui, pelo seu Lourival, pela Juliette. Por tudo que ele nos fez passar. 

O trajeto do Santos Dumont até o Complexo Hospitalar de Niterói parecia infinito. Juliette foi aconchegada nos meus braços, mas sua ansiedade era palpável. Seu corpo vibrava no meu abraço e o meu pescoço já estava banhado por suas lágrimas. Eu não sabia o que falar, o que fazer para apaziguar sua dor. O nó que fechava a minha garganta era insuportável, mas eu engoli o choro. 

Precisava ser forte neste momento. Por ela. 

Quando entendi o que tinha acontecido, Juliette já estava desnorteada. Sua raiva, seu pânico haviam tomado conta, e eu tive que assumir a comunicação com o João para pegar as informações e descobrir para onde deveríamos ir. 

Seu Lourival estava internado, em observação, no Complexo Hospitalar de Niterói. Segundo o aplicativo do Uber, era um trajeto rápido de vinte minutos, mas que durou uma eternidade. 

Quando finalmente chegamos lá, João nos esperava na recepção. Juliette imediatamente correu para os braços de seu amigo, enquanto eu pegava nossas malas. 

-- Pelo amor de Deus, Jão. Me diz que tem alguma notícia. Por favor, amigo. Cadê meu filho? -- A voz chorosa da minha noiva partiu meu coração e eu não hesitei em passar o braço pelos seus ombros e trazê-la para perto do meu corpo.

João soltou um suspiro pesado e apertou a mão da Ju. 

-- A divisão de sequestro daqui de Niterói já tá no caso, amiga. Eu consegui agilizar um pouco quando disse que era filho de uma policial civil e dei detalhes da situação de vocês. Te prometo que tô acompanhando de perto.

-- Mas até agora nada? -- Perguntei, dando um beijo na têmpora da Juliette. 

– Ainda não. Uma pessoa até conseguiu tirar uma foto da placa do carro que ele tava usando, mas é um carro alugado. E pelo visto ele trocou na primeira oportunidade que teve porque a PM já encontrou o carro abandonado. – João sacudiu a cabeça e eu senti meu coração apertar mais ainda. – Mas, Ju, olha… ele não vai longe, tá? Todas as autoridades já foram avisadas. Polícia Rodoviária, Federal. Mandamos a foto dele e do Gui pra imprensa. Ele não vai conseguir ir muito longe.

Luz no fim do túnel - AU SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora