Quarenta E Um

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Oi, meus amores! Volteeeei!

Nem demorei taaaanto assim dessa vez, né? Já estamos no finalzinho da nossa história querida, então eu tô tentando trazer os capítulos pra vocês mais rápido.

Este é o penúltimo capítulo. Nem acredito que estamos aqui. Pela primeira vez, teremos o pov do nosso cristalzinho Guilherme Freire.

Espero que gostem de verdade.

Xêro na cara e boa leitura!

****

Guilherme acordou assustado naquela manhã de segunda-feira. Tinha rezado na noite anterior para isso ser só um sonho ruim, que ele acordaria em casa ou na casa da tia Sarah com sua mãe. Que ela e a tia Sarah já teriam voltado de viagem. 

Mas não era. 

Viu o pai ainda adormecido na outra cama, o cheiro de cerveja forte no quarto. Ainda não conseguia entender o que tinha acontecido e sentia um aperto no coração muito forte quando lembrava da última vez que viu o seu avô. Por que o seu pai estava fazendo isso? Por que atacar o seu vô Lourival? 

Por que seu pai tinha batido nele, Guilherme pensou com tristeza. Agora que ele havia lembrado disso, parecia que o seu corpo resolveu lembrá-lo da dor também. Seu rosto estava muito dolorido e ele sentia que sua boca estava cortada por dentro. 

Olhando para o pai uma última vez, ele se levantou e foi até o banheiro para fazer xixi. Depois de se aliviar, foi lavar a mão e se assustou ao ver seu reflexo no espelho. Na altura do seu maxilar, estava uma mancha roxa muito feia, muito escura. 

Guilherme tocou no hematoma experimentalmente e gemeu ao sentir uma dor forte no local. Sentiu as lágrimas escaparem dos seus olhos, mas logo as limpou com as costas da mão. Ele precisava ser forte. Tinha que dar um jeito de sair daqui. Tinha que dar um jeito de falar com a sua mãe, com o seu dindo, com a tia Sarah.

Ele nunca quis tanto sua mãe como naquele momento. Para sentir seu cheiro, ganhar um abraço apertado e escutá-la dizer que tudo ia ficar bem. 

Meu Deus, ele queria tanto sua mãe. 

Mais lágrimas escaparam de seus olhos e Guilherme tentou engolir o choro, mas não conseguiu. Um soluço escapou e ele tentou cobrir a boca com a mão para abafar o som, mas acabou tocando no machucado sem querer, o que só o fez chorar mais. 

Ele só queria ir pra casa.

Ficou ali no banheiro por longos minutos, tentando acalmar o choro. Quando saiu, seu pai ainda dormia. Viu as latas de cerveja espalhadas pelo quarto, e sacudiu a cabeça. Ele nunca havia gostado de ficar perto do pai quando ele bebia.

Viu o celular dele em cima da mesinha e uma ideia acendeu na sua cabeça. E se ele usasse o telefone para ligar para sua mãe? Ela tinha feito ele repetir seu número tantas vezes, que era o único número de telefone que ele sabia de cabeça. 

Olhou para o pai novamente, e respirou fundo, esticando o braço para pegar o aparelho. Tentou colocar a senha antiga do pai, e teve que se segurar para não comemorar alto quando a tela foi desbloqueada. 

Sentindo seu coração bater acelerado no peito, Guilherme começou a digitar o número da sua mãe. 

-- Que que você tá fazendo? -- A voz autoritária de seu pai quase o fez derrubar o celular. Ele saiu do aplicativo de chamadas e bloqueou a tela novamente. 

-- Na-nada! Eu ia só ver um joguinho enquanto você tava dormindo, pai. Só isso. 

Seu pai lhe lançou um olhar desconfiado e pegou o celular de suas mãos. 

Luz no fim do túnel - AU SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora