Capítulo 18

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Simon

Wilhelm. Beijo.

Simon pensou que essas duas palavras nunca iriam se juntar em uma mesma frase, mas aconteceu. Ele o beijou. Foi ele que deu o primeiro passo.

E Simon queria sentir o gosto dele novamente.

"Wilhelm."

"Oi?"

"Olha para mim."

Wilhelm ergueu os olhos e mirou seu rosto. "Estou olhando."

"Você não tem ideia do efeito que causa em mim."

"Talvez eu tenha."

"Não, não tem." Inspirou profundamente, querendo conter sua emoção. "Estou sentindo uma coisa muito forte."

"Simon, isso se chama tesão", ele disse sem um pingo de vergonha.

"Não é isso", conseguiu falar em meio ao riso. "É outra coisa."

"É o que então?"

"Não sei, é tipo um ciúmes muito forte, como nunca senti antes", confessou, olhando dentro dos olhos dele.

Ele franziu o cenho. "Ciúmes? Como assim?"

"Eu sei que é loucura, mas eu tô com ciúmes de quem já provou você."

Wilhelm soltou uma risada e seus braços foram para trás do seu corpo, apoiando as mão na superfície da mesa. Preferia que as mãos dele estivessem em seu corpo, mas não reclamou.

"Não tem ninguém para você sentir ciúmes."

"Não?"

"Nunca consegui ter um relacionamento sério", Wilhelm falou, com um sorriso nos lábios. "E não venha me falar que é porque..."

"A pessoa certa ainda não apareceu." Simon completou. "Não vou falar isso, porque a pessoa já apareceu."

"Deus, você é muito brega."

"Isso é um sim?"

Wilhelm balançou a cabeça com veemência. "Não."

Simon se afastou e se escorou na parede de frente a mesa onde havia colocado ele, depois de tê-lo carregado e sentido o corpo firme dele contra o seu.

"Por quê?"

"Não vai dar certo, Simon."

Simon mordeu o lábio inferior e ficou olhando a expressão nos olhos dele, a maneira como ele mexia os lábios ao falar. Ele agora havia cruzado os braços na frente do corpo, parecia querer erguer um escudo invisível para se proteger e não se abrir demais.

Só que naquele momento não dava a mínima para esse escudo, não depois que ele o beijou. Estava decidido, apesar de nada pronto, para desistir dele, mas agora iria fazer de tudo para beijá-lo outra vezes e quantas vezes quiser.

"Nós nem tentamos ainda."

"Isso... Você... Não é um sentimento real."

"Deixa que eu decido isso por mim", corrigiu rápido e firme, mas sua segurança foi testada quando um pensamento cruzou sua mente. "Wilhelm, por que você me beijou?"

Ele se fez de bobo. "Eu?"

"É. Você. Foi você que me beijou."

"Eu não sei, talvez foi a luz vermelha."

"Fala sério, Wilhelm, se não eu vou enlouquecer."

Ele pareceu compreender seu desespero e se endireitou na mesa, em seguida, descruzou os braços e resolveu ficar em pé.

Sem Deixar Vestígio [Wilmon]Onde histórias criam vida. Descubra agora